Salvador apresenta desafios em infraestrutura urbana, com altos índices de vias sem calçadas e arborização, aponta IBGE

Capital baiana lidera ranking de moradores em vias sem calçadas, enfrenta obstáculos em calçadas e carece de rampas para cadeirantes.
Capital baiana lidera ranking de moradores em vias sem calçadas, enfrenta obstáculos em calçadas e carece de rampas para cadeirantes.

Em 2022, Salvador era a capital com a maior proporção de moradores em vias sem calçadas/passeios, com 43,6% da população (equivalente a 1.046.334 pessoas) vivendo em áreas sem essas infraestruturas essenciais para a mobilidade urbana. Essa realidade coloca a cidade no topo de uma lista que inclui Boa Vista (RR) (38,3%) e Macapá (AP) (35,8%), enquanto capitais como Goiânia (GO) e Curitiba (PR) apresentaram os menores índices, com apenas 1,9% e 5,1% da população, respectivamente, em vias sem calçadas. Os números são resultados do Censo Demográfico 2022 sobre Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgados pelo IBGE.

Calçadas/passeios são vitais para a segurança dos pedestres, oferecendo espaços acessíveis e promovendo uma mobilidade mais sustentável. Esses equipamentos urbanos são fundamentais não apenas para a circulação, mas também para a prática de atividades físicas e a saúde geral da população. No entanto, Salvador enfrentou um aumento de 6,1 pontos percentuais nesse indicador entre 2010 e 2022, quando a proporção de moradores em vias sem calçada saltou de 37,4% para 43,6%.

No contexto estadual, a Bahia também apresentou altos índices de falta de calçadas, com 25,2% da população vivendo em vias sem esse equipamento. Esse número, embora abaixo do índice de Salvador, ainda está acima da média nacional de 15,7%.

Além disso, a dificuldade de acesso a calçadas permanece um problema, já que 68,7% dos moradores de vias com calçadas enfrentam obstáculos, impedindo a utilização plena desses espaços. A capital baiana, nesse aspecto, ocupa a 20ª posição entre as capitais, ainda que esse percentual tenha diminuído se comparado a outras cidades como São Luís (MA), onde o índice é mais alto.

Outro ponto relevante é a presença de rampas para cadeirantes, um equipamento essencial para garantir a acessibilidade urbana. Em Salvador, apenas 6,9% da população reside em vias com rampas, um número que, apesar de ter crescido em comparação a 2010, coloca a cidade na 2ª posição entre as capitais com menor cobertura desse serviço. A legislação exige a instalação dessas rampas, mas o índice de cobertura permanece insatisfatório.

Quanto à arborização urbana, Salvador registra um índice preocupante. 65,6% da população (aproximadamente 1.575.655 pessoas) reside em ruas sem árvores, colocando a cidade com a 2ª maior proporção de moradores em vias sem árvores entre as capitais. O aumento de 5,4% nesse indicador de 2010 a 2022 reflete uma crescente falta de espaços verdes, o que impacta negativamente na qualidade ambiental e na saúde urbana.

Em termos de mobilidade, Salvador também apresenta altos índices de vias de baixa capacidade de circulação, com 23,1% da população vivendo em ruas com apenas motos, bicicletas e pedestres como meio de transporte. Esse número é o mais alto entre as capitais brasileiras. A cidade, porém, compensa essa situação com 56,7% da população morando em vias com capacidade máxima de circulação, como aquelas que permitem o tráfego de ônibus e caminhões.

Embora 97,8% da população soteropolitana viva em vias pavimentadas, a falta de bueiros e bocas de lobo em muitas dessas vias contribui para o agravamento de problemas de drenagem urbana e alagamentos, principalmente em períodos de chuvas fortes.


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