A Organização das Nações Unidas (ONU) classificou como “crime de guerra” o ataque realizado por forças israelenses que deixou 27 mortos e dezenas de feridos próximo a um centro de distribuição de ajuda humanitária na região de al-Mawassi, em Rafah, sul da Faixa de Gaza.
O episódio ocorreu na madrugada desta terça-feira (03/06/2025), segundo informações da Defesa Civil do território palestino, que confirmou o uso de tanques e drones na operação militar. O local do ataque reunia milhares de civis em busca de alimentos.
Repetição de ataques a centros de ajuda
Este foi o terceiro ataque semelhante em três dias, conforme relatório da ONU, que reforçou a denúncia de violação do direito internacional humanitário.
A ofensiva se assemelha ao ocorrido no domingo (01/06/2025), também na rotatória de Al-Alam, onde 31 pessoas foram mortas e 176 ficaram feridas, segundo testemunhas e equipes de emergência.
Contexto da crise humanitária
Após dois meses e meio de bloqueio, Israel flexibilizou parcialmente as restrições à entrada de ajuda em Gaza. Contudo, o governo israelense substituiu a rede da ONU por uma organização privada chamada Gaza Humanitarian Foundation (GHF), cuja atuação é criticada por falta de transparência e neutralidade.
A ONU recusou-se a colaborar com a GHF, que opera sob proteção militar israelense. Moradores da região passaram a se referir à entidade como “fundação desumanitária”, devido às condições impostas.
“As pessoas estão com fome e sede. Elas lutam para garantir uma única ração de comida. Qualquer movimento na multidão é respondido com tiros do exército”, relatou Baraa, morador de Gaza.
Declarações da ONU
O Alto Comissário dos Direitos Humanos da ONU, Volker Türk, condenou os ataques:
“Os ataques mortais contra civis desesperados que tentam acessar pequenas quantidades de ajuda são inaceitáveis.”
Ele destacou ainda que os palestinos enfrentam “a mais sombria das escolhas: morrer de fome ou arriscar serem mortos enquanto tentam obter alimentos”.
“Ataques contra civis constituem uma grave violação do direito internacional e configuram crime de guerra”, afirmou Türk.
Cobrança por investigação
O secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitou na segunda-feira (02/06/2025) a realização de uma investigação independente sobre os ataques, especialmente após a tragédia registrada no domingo no mesmo local.
“Cada um desses ataques deve ser investigado de forma rápida e imparcial. Os responsáveis devem ser responsabilizados”, reforçou Volker Türk.
*Com informações da RFI.
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