Câmara dos Deputados aprova ampliação de atividades terceirizadas no sistema prisional

Projeto autoriza execução indireta de novos serviços em presídios e será encaminhado para redação final.
Projeto autoriza execução indireta de novos serviços em presídios e será encaminhado para redação final.

A Câmara dos Deputados aprovou na segunda-feira (14/07/2025) o Projeto de Lei 2694/15, que amplia as atividades passíveis de terceirização nos presídios brasileiros. A matéria será agora encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) para a elaboração da redação final, antes de seguir ao Senado.

De autoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário Brasileiro, o texto aprovado contou com substitutivo do deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM). O projeto amplia a possibilidade de execução indireta para serviços de assistência material, jurídica, educacional, social, religiosa, além de apoio ao monitoramento e rastreamento de presos por meio eletrônico autorizado por lei.

Modalidades incluídas na terceirização

O projeto permite que as empresas contratadas e seus parceiros privados possam contratar monitores, auxiliares e supervisores para a execução dos serviços. Esses profissionais poderão atuar sob o regime de jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso (12×36).

Além disso, o texto autoriza a terceirização de atividades como assistência à saúde e apoio à movimentação interna de presos, desde que não envolvam funções de segurança pública, que permanecerão sob responsabilidade do Estado.

Ajustes previstos no Senado

Durante a votação, os líderes partidários firmaram acordo para retirar do texto, no Senado, os dispositivos relacionados à atuação privada em áreas de segurança pública, como monitoramento e transporte de detentos.

Segundo o deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), o objetivo é manter as discussões dentro do escopo das atividades não essenciais ao sistema de segurança.

“A matéria voltará à Câmara com as modificações que sofrer no Senado”, declarou.

Debate entre parlamentares

A proposta gerou divergência entre os deputados. A líder do Psol, deputada Talíria Petrone (RJ), criticou o projeto sob o argumento de que pode abrir caminho para a privatização do sistema carcerário, o que representaria um risco à função estatal da segurança pública.

Em contraponto, o deputado Luiz Lima (Novo-RJ) defendeu a proposta como parte da visão de Estado mínimo, permitindo maior eficiência na gestão dos presídios.

“O sistema prisional já é reconhecido por suas falhas. O que impede mudanças que visem melhorar?”, questionou.

A deputada Bia Kicis (PL-DF) também se posicionou a favor, afirmando que mudanças são necessárias quando há ineficiência nos resultados atuais.

*Com informações da Agência Câmara de Notícias.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.