Cúpula da Inteligência Artificial para o Bem discute uso da tecnologia na saúde pública

Evento realizado em Genebra reuniu especialistas de diversas organizações internacionais, com foco na aplicação da IA na medicina.
Evento realizado em Genebra reuniu especialistas de diversas organizações internacionais, com foco na aplicação da IA na medicina.

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) concluiu na última sexta-feira (11/07/2025), o Encontro de Cúpula da Inteligência Artificial para o Bem, que reuniu milhares de participantes em Genebra, Suíça, para discutir os impactos e desafios da inteligência artificial (IA) em diversos setores, com destaque para a saúde pública.

Entre os principais debates, uma das mesas redondas abordou a aplicação da IA na medicina tradicional, com a presença de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI).

IA na triagem e diagnóstico médico

De acordo com Simão Campos, conselheiro da UIT para inteligência artificial na saúde, a IA tem potencial para otimizar diagnósticos e triagens, especialmente em contextos de alta demanda e escassez de profissionais. Campos explicou que agentes autônomos podem identificar sintomas relevantes e priorizar o atendimento médico, melhorando a eficiência do sistema de saúde.

O conselheiro também destacou o uso de sensores e dispositivos inteligentes para prevenir quedas entre idosos, uma das principais causas de mortalidade nessa faixa etária. A tecnologia pode emitir alertas sobre riscos iminentes dentro de residências ou em espaços públicos, promovendo maior segurança para uma população que busca manter a independência.

Desigualdade no acesso à saúde

Outro tema abordado no encontro foi a desigualdade de acesso aos serviços de saúde, especialmente em áreas urbanas com infraestrutura sobrecarregada. A Iniciativa Global sobre IA para a Saúde propõe a criação de políticas públicas integradas que combinem tecnologia, propriedade intelectual e gestão em saúde, visando ampliar o acesso e reduzir desigualdades regionais e socioeconômicas.

A proposta busca construir estruturas padronizadas de cooperação entre governos, organizações multilaterais e setor privado, de modo a incorporar a IA como ferramenta estratégica na gestão de sistemas públicos de saúde.

Inteligência artificial na educação

Questionado sobre a presença da IA no ambiente educacional, Simão Campos defendeu a introdução gradual da disciplina em níveis básicos de ensino, ressaltando a importância da formação de comunidades globais para troca de experiências e capacitação técnica.

Ele destacou que, embora a IA já esteja presente no ensino superior, há potencial para ampliar sua aplicação no ensino fundamental e médio, promovendo alfabetização digital desde a base.

Regulação e evolução tecnológica

A cúpula aconteceu em um cenário marcado pela rápida evolução dos sistemas autônomos e generativos, que muitas vezes ultrapassam a velocidade das estruturas regulatórias existentes. O evento contou com a participação de representantes de governos, pesquisadores, líderes do setor tecnológico, membros da sociedade civil, jovens e agências da ONU.

*Com informações da ONU News.


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