A primeira onda de calor do verão europeu de 2025 é considerada uma das mais preocupantes já registradas, devido à sua intensidade, duração e abrangência geográfica. Países do sul da Europa, como Espanha, Itália, França, Portugal e Grécia, estão sob alerta máximo para temperaturas extremas. Registros de mortes, incêndios florestais e impactos econômicos marcam o evento climático.
Recordes de temperatura e duração inédita
As temperaturas alcançaram 46°C em El Granado (Espanha) no sábado (28/06) e 46,6°C em Portugal, no domingo (29/06). A onda de calor já dura 14 dias consecutivos e, segundo previsões, deve permanecer ativa até o próximo fim de semana. A situação é agravada por se tratar de um fenômeno ocorrido ainda no início do verão, o que era considerado raro até o início dos anos 2000.
Expansão para o norte e centro da Europa
Além dos países mediterrâneos, nações do norte e centro da Europa também registram temperaturas acima da média. Entre os afetados estão Reino Unido, Alemanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Áustria, Suíça, República Tcheca e Croácia. Especialistas avaliam que o fenômeno reflete uma mudança estrutural no comportamento climático da região.
Vítimas e efeitos sobre a saúde
Até o momento, seis mortes foram confirmadas – duas em cada um dos seguintes países: Itália, Espanha e França. Na França, os serviços de emergência atenderam 300 ocorrências por mal-estar térmico. Na Itália, houve aumento de 20% nos atendimentos hospitalares, sobretudo entre idosos com sintomas de desidratação.
Incêndios florestais em múltiplos países
A onda de calor também impulsionou a multiplicação de incêndios florestais. Estão em alerta Catalunha (Espanha), onde 6.500 hectares foram consumidos pelo fogo, além de Grécia, França e Itália. Medidas preventivas incluem cortes de energia elétrica e restrições de atividades ao ar livre.
Impacto econômico
Segundo estudo divulgado na terça-feira (01/07) pela Allianz Research, a atual onda de calor pode provocar uma queda de até 1% no PIB de países mais atingidos. Para o conjunto da União Europeia, estima-se redução de 0,5% no crescimento econômico.
A pesquisa indica que trabalhos físicos em temperaturas acima de 32°C perdem 40% de sua eficácia, e acima de 38°C, a perda pode ultrapassar 66%, devido à queda na capacidade cognitiva e física dos trabalhadores. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta que até 80 milhões de empregos em tempo integral podem ser comprometidos globalmente por esse tipo de impacto até o fim do século.
Prognóstico climático para as próximas décadas
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) classificou o atual episódio como indicativo de um padrão climático duradouro, e não um evento isolado. Com base em dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), a OMM projeta que ondas de calor serão mais frequentes, intensas e prolongadas nos próximos anos.
A Europa é hoje o continente que apresenta o maior ritmo de aquecimento global. No último domingo (30/06), a temperatura do Mar Mediterrâneo atingiu 26°C, cerca de 3°C acima da média histórica para o período. O fenômeno impacta os ecossistemas marinhos, afetando populações de peixes e algas, além de amplificar a umidade e o calor nas regiões costeiras.
A expectativa da OMM é que, até 2050, quase metade da população europeia enfrentará alto risco de estresse térmico a cada verão. Na França, por exemplo, a duração das ondas de calor poderá se multiplicar por 10 até o ano de 2100, com episódios que podem durar até dois meses consecutivos.
*Com informações da RFI.
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