O Reino Unido tem intensificado sua atuação na América do Sul, com foco em estreitar relações diplomáticas e estratégicas com o Brasil e o Chile. A aproximação inclui acordos nas áreas de comércio, defesa, segurança cibernética e cooperação naval, como parte de uma política externa britânica voltada à redefinição de sua atuação global no período pós-Brexit.
Segundo o internacionalista Marcos Figueiredo, a movimentação diplomática faz parte de uma estratégia geopolítica do Reino Unido para ampliar sua relevância internacional fora do eixo europeu. A iniciativa busca fortalecer laços com países sul-americanos considerados estratégicos, tanto do ponto de vista econômico quanto territorial.
De acordo com Figueiredo, a relevância do Brasil e do Chile está associada a fatores como:
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Reservas energéticas, incluindo petróleo;
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Biodiversidade significativa;
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Localização estratégica, com o Chile voltado para o oceano Pacífico e o Brasil para o Atlântico.
Esses elementos tornam os países alvos prioritários da política de expansão do Reino Unido no continente.
Recursos estratégicos e tecnologia
Para o analista Adriano Cerqueira, o interesse britânico também está vinculado à exploração de minerais estratégicos, como o lítio, no Chile, e o nióbio, no Brasil. Esses elementos são considerados essenciais para o desenvolvimento de tecnologias de ponta, sobretudo nas áreas de:
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Tecnologia da informação;
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Energia limpa;
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Equipamentos de defesa e segurança cibernética.
Segundo Cerqueira, o foco em “terras raras” e minerais de alto valor tecnológico coloca a América do Sul no centro de disputas globais por insumos críticos.
Política externa britânica em transição
A intensificação dos vínculos com países fora da Europa é interpretada por especialistas como uma redefinição do papel global do Reino Unido após sua saída da União Europeia. O governo britânico tem buscado acordos bilaterais que reforcem seu peso geopolítico em áreas consideradas sensíveis, como o controle de rotas marítimas, o fornecimento de recursos naturais estratégicos e a proteção ambiental.
Neste contexto, Brasil e Chile são vistos como parceiros fundamentais para a projeção de influência britânica no hemisfério sul, além de potenciais aliados em foros multilaterais e em políticas de segurança internacional.
*Com informações da Sputnik News.
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