STF valida decreto sobre IOF e Governo Lula projeta compensação de perdas na arrecadação

Ministro Fernando Haddad afirma que impacto orçamentário é limitado e poderá ser ajustado com apoio do Congresso.
Ministro Fernando Haddad afirma que impacto orçamentário é limitado e poderá ser ajustado com apoio do Congresso.

O governo federal avalia como limitada a perda de receita provocada pela decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que validou a maior parte do decreto presidencial que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas excluiu a tributação sobre operações de risco sacado. A estimativa da Fazenda é de um impacto de R$ 450 milhões em 2025 e R$ 3,5 bilhões em 2026.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o valor é pequeno em relação ao orçamento total da União, estimado em R$ 2,5 trilhões, e pode ser compensado por meio de ajustes na peça orçamentária de 2026, que ainda está em elaboração. Haddad também declarou que cerca de 90% do conteúdo do decreto é incontroverso, o que facilita a adequação das contas públicas.

Receita estimada cai após retirada de risco sacado

A versão mais recente do decreto, agora validada pelo STF, previa uma arrecadação de R$ 12 bilhões em 2025 e R$ 31,2 bilhões em 2026. Com a exclusão da tributação sobre risco sacado, a previsão caiu para R$ 11,55 bilhões em 2025 e R$ 27,7 bilhões em 2026.

A operação de risco sacado consiste na antecipação de pagamento a fornecedores por meio de instituições financeiras. Tradicionalmente, essa modalidade não é considerada operação de crédito e, portanto, é isenta de IOF. O decreto previa alíquota de 3% sobre essas operações, o que foi considerado inconstitucional por Moraes.

Governo aponta caminhos para compensação fiscal

Haddad afirmou que o Executivo ainda dispõe de tempo para ajustar o orçamento de 2026 e que existem projetos em tramitação no Congresso que podem aumentar a arrecadação. O ministro defendeu que a questão do risco sacado ainda suscita divergências, mas que a maior parte do decreto permanece válida e contribui para a correção de distorções fiscais, especialmente no que se refere à evasão e sonegação de tributos.

AGU avalia decisão como vitória institucional

A Advocacia-Geral da União (AGU) classificou a decisão do STF como uma vitória constitucional, destacando o respeito às prerrogativas do Poder Executivo e o fortalecimento da separação entre os Poderes. Em nota, a AGU ressaltou que a decisão reafirma a harmonia institucional e o papel do Supremo como guardião da Constituição.

A Fazenda também emitiu nota oficial reforçando que a decisão contribui para a retomada da normalidade institucional, após a tentativa de conciliação entre Executivo e Legislativo, realizada na terça-feira (15/07/2025), ter sido encerrada sem consenso.

Deputados divergem sobre decisão do STF

A repercussão no Congresso Nacional foi dividida. Deputados da oposição criticaram a decisão de Moraes, alegando que ela fere a soberania do Legislativo, que havia aprovado um decreto legislativo suspendendo o aumento do IOF. Já parlamentares da base governista defenderam que o decreto presidencial é prerrogativa do Executivo e que a decisão do STF reforça a legalidade do ato.

Entre os críticos, destacaram-se parlamentares que classificaram a decisão como uma interferência indevida do Judiciário e pediram reação do Congresso. Por outro lado, defensores da medida afirmaram que o decreto é constitucional e que sua manutenção é essencial para equilibrar as contas públicas e combater práticas de planejamento tributário abusivo.

Tributação sobre VGBL é mantida

Outro ponto validado por Moraes foi a tributação de planos de previdência privada do tipo VGBL. A medida estabelece isenção para aportes anuais de até R$ 300 mil até o fim de 2025, e até R$ 600 mil a partir de 2026, com alíquota de 5% sobre valores que excederem esses limites. A contribuição patronal segue isenta.

*Com informações das Agências Brasil e Câmara de Notícias.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.