O possível aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos pode causar impactos econômicos significativos em nível global e nacional. Segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as medidas podem levar à redução de 0,12% no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, com queda de 2,1% no comércio internacional, o equivalente a US$ 483 bilhões.
Projeção de perdas para o Brasil
No cenário nacional, o PIB brasileiro pode cair 0,16%, o que corresponde a uma retração de R$ 19,2 bilhões. As exportações do país podem ser reduzidas em até R$ 52 bilhões, enquanto as importações devem cair cerca de R$ 33 bilhões. O impacto no mercado de trabalho pode resultar na eliminação de aproximadamente 110 mil empregos formais, com destaque para os setores agropecuário, industrial e comercial.
Setores mais afetados
De acordo com a UFMG, os setores industrial e agropecuário devem sofrer as maiores perdas. A exportação de tratores e máquinas agrícolas pode registrar queda de 23,61%, com uma redução de 1,86% na produção interna. A indústria aeronáutica também pode ser severamente afetada, com destaque para empresas como Embraer, que exporta cerca de 40% de seus produtos para os EUA. Nesse setor, a produção pode cair 9,19%, e as exportações, 22,33%.
Outras empresas citadas como vulneráveis ao tarifaço incluem a fundição Tupy e a WEG, ambas com grande participação no comércio exterior com os Estados Unidos.
Impacto no emprego por setor
A estimativa de perdas de postos de trabalho por segmento é de 40 mil vagas na agropecuária, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alerta que pequenas e médias empresas, especialmente nos setores de calçados e hortifrutigranjeiros, também devem sofrer consequências expressivas.
Impactos regionais no Brasil
O levantamento da UFMG identificou os cinco estados brasileiros mais afetados:
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São Paulo: retração de R$ 4,4 bilhões no PIB estadual
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Rio Grande do Sul: perda de R$ 1,9 bilhão
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Paraná: diminuição de R$ 1,9 bilhão
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Santa Catarina: queda de R$ 1,74 bilhão
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Minas Gerais: impacto negativo de R$ 1,66 bilhão
No setor agropecuário, Minas Gerais poderá registrar a maior retração percentual (1,15%), seguida de São Paulo (0,73%). Em relação à indústria extrativa, Minas Gerais também aparece com o maior declínio estimado (0,35%). Já nas indústrias de transformação, São Paulo lidera a projeção de perdas (0,31%), seguido de Minas Gerais (0,22%).
Tentativas de reverter as tarifas
Na quarta-feira (16/07/2025), o governo brasileiro protocolou uma carta junto ao governo dos Estados Unidos, solicitando a retomada do diálogo técnico para discutir a suspensão das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. O documento foi assinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mas ainda não houve resposta oficial de Washington.
Também nesta semana, a U.S. Chamber of Commerce e a Amcham Brasil divulgaram uma nota conjunta pedindo a suspensão das tarifas e defendendo negociações de alto nível entre os dois países. As entidades argumentam que mais de 6,5 mil pequenas empresas norte-americanas dependem de produtos brasileiros e que 3,9 mil empresas dos EUA possuem investimentos diretos no Brasil.
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