Governo Lula afirma que cumprirá meta de redução de benefícios fiscais até 2029

Ministra do Planejamento destaca necessidade de revisão de subsídios para equilíbrio das contas públicas.
Ministra do Planejamento destaca necessidade de revisão de subsídios para equilíbrio das contas públicas.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (19/08/2025), durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a meta de redução de benefícios tributários será cumprida dentro do prazo previsto pela Emenda Constitucional 109/2021, mas ressaltou que a medida é insuficiente para resolver o desequilíbrio fiscal.

Segundo a ministra, os gastos tributários ultrapassaram R$ 563,5 bilhões em 2024, dos quais R$ 266,8 bilhões estão sujeitos ao limite imposto pela emenda. Ela explicou que os incentivos previstos na Constituição, como os da Zona Franca de Manaus, não entram na conta. Atualmente, o percentual equivale a 2,3% do PIB, restando 0,3 ponto percentual para adequação até 2029.

Otimização dos benefícios

Tebet defendeu que, mais do que cortes, é necessário otimizar os gastos tributários. Como exemplo, citou a volta da cobrança de PIS e Cofins sobre combustíveis em 2024, que gerou R$ 31,2 bilhões em arrecadação, valor superior ao previsto para áreas como saneamento, segurança pública e atividades legislativas no orçamento de 2025.

A ministra também mencionou a perda de R$ 10,6 bilhões com a isenção de tributos federais sobre a folha de pagamento dos municípios, em vigor desde 2024. Para ela, é necessário substituir benefícios que perderam eficácia por novos subsídios relevantes para a população.

Debate no Congresso

Na Câmara dos Deputados, tramita a proposta de redução de 10% dos subsídios da União em até dois anos, o que poderia elevar a arrecadação em R$ 20 bilhões, valor equivalente ao orçamento federal autorizado para ciência e tecnologia em 2025. Os projetos de lei complementar (PLP) 41/2019 e 128/2025 serão analisados em regime de urgência.

No Senado, a expectativa é que a PEC 66/2023, que limita o pagamento de precatórios por estados e municípios, seja votada na quarta-feira (20/08/2025). A medida pode contribuir para o cumprimento da meta fiscal ao retirar parte dessas despesas do teto de gastos.

Alertas e riscos

Tebet alertou para o impacto de decisões judiciais que criam despesas obrigatórias, como a extensão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) a mulheres vítimas de violência. Segundo ela, esses efeitos inesperados reduzem a margem para despesas discricionárias. Em 2024, 91,6% do orçamento federal já era composto por gastos obrigatórios.

O presidente da CAE, senador Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu que o equilíbrio fiscal depende não apenas da redução dos subsídios, mas também de cortes de despesas, venda de ativos e revisão de contratos. Ele criticou o que chamou de contorno ao Novo Arcabouço Fiscal por parte do governo.

Conceito de subsídios

Durante a audiência, foi explicado que os subsídios públicos se dividem em três modalidades:

  • benefícios tributários, que reduzem a arrecadação, como isenções do Imposto de Renda de Pessoa Física;

  • benefícios fiscais, que envolvem transferências diretas da União, como bolsas de estudo e programas habitacionais;

  • benefícios creditícios, que reduzem custos de empréstimos por meio de fundos de desenvolvimento e programas como o Fies.

*Com informações da Agência Senado.


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