A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou na segunda-feira (11/08/2025) que 77,8% das exportações brasileiras para os Estados Unidos — principal destino da indústria de transformação nacional — enfrentam tarifas extras decorrentes de medidas protecionistas adotadas pelo governo norte-americano. As sobretaxas incluem alíquotas de 10%, 40% e as previstas na Seção 232 do Trade Expansion Act, que estabelecem cobranças de 25% e 50%, afetando produtos como aço, alumínio, cobre, veículos e autopeças.
O levantamento, baseado em dados da United States International Trade Commission (USITC) e no código tarifário norte-americano detalhado (10 dígitos), identificou que setores como vestuário e acessórios (14,6%), máquinas e equipamentos (11,2%), produtos têxteis (10,4%), alimentos (9,0%), químicos (8,7%) e couro e calçados (5,7%) são os mais atingidos pela combinação de sobretaxas.
Segundo a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, um cenário de aumento de alíquota de 50% adicional nas exportações brasileiras pode gerar impacto negativo de R$ 20 bilhões no PIB e resultar na perda de cerca de 30 mil empregos na indústria.
Plano de contingência
Para José Velloso, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o plano de contingência elaborado pelo governo brasileiro é essencial para manter a competitividade das empresas, abrangendo medidas como capital de giro, crédito, incentivos tributários e ajustes trabalhistas. O segmento representa 20% dos US$ 18 bilhões em produtos brasileiros impactados pelas medidas norte-americanas.
Constanza Negri acrescenta que, no setor de máquinas e equipamentos, apesar de haver itens na lista de isenções, a não aplicação de tarifas ocorre apenas quando destinados ao setor de aviação civil. Em outros casos, permanecem sujeitas à alíquota de 50%, além da já existente tarifa de 10% imposta pelos EUA em abril.
Propostas para mitigar impactos
A CNI apresentou à equipe econômica do governo uma lista com oito propostas para reduzir os efeitos das tarifas, incluindo linhas de crédito subsidiadas, aumento do prazo para liquidação de contratos de câmbio, aplicação do direito provisório de exportar com preços inferiores ao valor justo de mercado (dumping), prorrogação do pagamento de tributos federais e reativação do Programa Seguro-Emprego (PSE).
De acordo com o presidente da CNI, Ricardo Alban, as medidas visam preservar a capacidade exportadora, mitigar prejuízos e manter a competitividade internacional das empresas brasileiras em um cenário de incerteza comercial.
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