O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel vencerá a guerra na Faixa de Gaza, “com ou sem o apoio de outros países”, durante coletiva de imprensa realizada em Jerusalém. Ele reiterou que o objetivo não é ocupar Gaza, mas desmilitarizar o território, criar zonas de segurança nas fronteiras e instalar uma administração civil sem participação do Hamas ou da Autoridade Palestina.
Segundo Netanyahu, a operação ocorrerá “em um prazo relativamente curto” e já resultou no controle militar de 70% a 75% do território. Ele destacou que ainda existem dois focos de resistência: a Cidade de Gaza e campos no centro da Faixa de Gaza. O plano inclui a criação de corredores protegidos para distribuição de ajuda humanitária, acusando a ONU de se recusar a entregar suprimentos já autorizados a entrar no enclave.
O premiê defendeu a restrição de entrada de jornalistas na Faixa, alegando falta de segurança, mas afirmou que instruiu o Exército a receber mais profissionais estrangeiros em áreas controladas. Netanyahu disse ainda que as forças israelenses buscam limitar vítimas civis, mesmo com o número de mortos ultrapassando 61 mil, segundo autoridades palestinas.
Reações e críticas internacionais
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu neste domingo para avaliar o plano israelense. O secretário-geral, António Guterres, afirmou que a medida representa “uma escalada perigosa” e pode agravar a crise humanitária. O subsecretário-geral da ONU, Miroslav Jenca, alertou para o risco de “uma nova calamidade” com repercussões regionais.
A Autoridade Palestina acusou Israel de ameaçar a estabilidade regional e de desprezar críticas internacionais. O presidente Mahmoud Abbas classificou a decisão como “mais um crime” e anunciou esforços diplomáticos junto à Liga Árabe e à Organização para a Cooperação Islâmica para barrar o plano.
Países como Itália, Austrália, Alemanha, Nova Zelândia e Reino Unido divulgaram nota conjunta rejeitando a iniciativa. A Rússia também condenou a medida, alegando que a ação agravará a situação humanitária.
Pressão interna e protestos
Em Tel Aviv, dezenas de milhares de manifestantes pediram um cessar-fogo e a libertação de reféns, estimados em 49, dos quais 27 estariam mortos. O Fórum das Famílias dos Reféns afirmou que continuará pressionando Netanyahu para negociar uma troca de prisioneiros com o Hamas.
Internamente, o premiê enfrenta resistência até dentro da coalizão governista. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, defendeu a colonização total de Gaza e a transferência da população. Já o governo brasileiro divulgou nota deplorando o plano e solicitando a retirada imediata das tropas israelenses, um cessar-fogo permanente e o livre acesso de ajuda humanitária.
*Com informações da RFI e Sputnik News.
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