O Irã enfrenta instabilidade política e econômica após o fim da chamada “guerra dos 12 dias”, que envolveu confrontos contra Israel e Estados Unidos e resultou na destruição das principais instalações nucleares do país. Desde o término dos ataques, setores reformistas e moderados ampliaram o discurso em favor de reaproximação diplomática com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos.
Reformistas defendem mudanças na política nacional
O ex-presidente Hasan Rohani (2013–2021) afirmou em discurso que as Forças Armadas e os Guardiões da Revolução devem se retirar de atividades econômicas e políticas. Para ele, o país vive um ponto de inflexão e precisa retomar relações internacionais, com destaque para os Estados Unidos, como caminho para reconstrução e estabilidade.
No mesmo sentido, o ex-ministro das Relações Exteriores Mohammad Javad Zarif publicou artigo na revista Foreign Affairs, defendendo que o Irã reformule suas relações diplomáticas não apenas com países da região, mas também com Europa e Estados Unidos.
Uma coalizão de partidos reformistas divulgou carta solicitando a suspensão do enriquecimento de urânio, a normalização das relações diplomáticas com o Ocidente e o fim das pressões políticas internas.
Resistência conservadora e perda de influência
Setores conservadores argumentam que tais propostas podem enfraquecer a posição estratégica do Irã, tornando o país mais vulnerável a novas ofensivas de Israel e Estados Unidos, que exigem o fim das atividades nucleares.
Os ultraconservadores, que rejeitam qualquer aproximação com Washington, criticaram especialmente a proposta de interromper o enriquecimento de urânio. Contudo, a morte de um dos líderes dos Guardiões da Revolução durante os ataques reduziu a influência do grupo no cenário político interno.
Pressão internacional e ameaça de sanções
Em paralelo, Alemanha, França e Reino Unido ameaçaram reativar sanções da ONU suspensas desde o acordo nuclear de 2015, caso o Irã não aceite reduzir o ritmo de enriquecimento de urânio e restaurar a cooperação com inspetores internacionais até o final deste mês.
O ministro das Relações Exteriores Abbas Araghchi declarou na quarta-feira (20/08/2025) que os países europeus não têm o direito de reativar as sanções nem de prorrogar o prazo para sua aplicação.
O pacto assinado em 2015 por Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha previa restrições ao programa nuclear iraniano em troca da suspensão gradual das sanções. No entanto, em 2018, Washington se retirou unilateralmente do acordo.
Impactos econômicos internos
O Irã enfrenta ainda restrições às exportações de petróleo, fator que intensifica a inflação e afeta a população em diferentes níveis sociais, com maior impacto sobre as classes populares.
*Com informações da RFI.
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