O acidente no Elevador da Glória, em Lisboa, na noite de quarta-feira (03/09/2025), que resultou em 16 mortes, expõe falhas de manutenção e precariedade nos transportes públicos de Portugal.
Tragédia no Elevador da Glória
A tragédia foi possivelmente causada pela quebra do cabo que conecta as cabines, cuja manutenção havia sido terceirizada a uma empresa privada. A decisão de terceirizar a manutenção foi criticada há anos pelos sindicatos da Carris, responsável pelo transporte na capital portuguesa.
Condições de trabalho nos transportes públicos
A historiadora e especialista em relações de trabalho Raquel Varela, da Universidade Nova de Lisboa, alerta que o acidente revela problemas estruturais no setor, incluindo falta de pessoal qualificado, salários baixos e subcontratações excessivas. Segundo a pesquisadora, essas condições comprometem a segurança de trabalhadores e usuários.
Precariedade nos setores de transporte
Além do Elevador da Glória, outros setores como portos, aeroportos (TAP) e trens urbanos (Metro de Lisboa e CP) apresentam riscos devido à falta de profissionais especializados e condições de trabalho degradantes, incluindo jornadas de até 16 horas.
Impacto das políticas da União Europeia
Raquel Varela atribui parte do problema às regras da União Europeia (UE), que dificultam a contratação de servidores públicos com salários compatíveis, enquanto permitem subcontratações. A especialista afirma que isso gera um cenário de risco elevado para trabalhadores e população, comprometendo a segurança nos transportes públicos.
Responsabilidades e medidas governamentais
O primeiro-ministro Luís Montenegro e o prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, informaram que as responsabilidades estão sendo apuradas, mas ainda não há consequências políticas. Raquel Varela defende que a direção da Carris e autoridades locais devem ser responsabilizadas, caso seja comprovada negligência na manutenção do sistema.
Consequências e alerta social
A especialista alerta que a tragédia evidencia uma política de degradação dos serviços públicos, com impacto direto na segurança de cidadãos e turistas. Ela destaca que apenas grupos com recursos significativos conseguem evitar os riscos, utilizando transportes privados.
*Com informações da RFI.
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