CNI lidera missão empresarial aos EUA para negociar tarifaço sobre produtos brasileiros

Comitiva brasileira participa de audiência pública e reuniões bilaterais para discutir impacto de tarifas e buscar soluções para comércio bilateral.
Comitiva brasileira participa de audiência pública e reuniões bilaterais para discutir impacto de tarifas e buscar soluções para comércio bilateral.

Na quarta e quinta-feira (03 e 04/09/2025), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lidera uma missão empresarial em Washington (EUA), com objetivo de abrir canais de diálogo e contribuir nas negociações para reverter ou reduzir o tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A comitiva reúne cerca de 130 empresários, dirigentes de federações estaduais e representantes de associações industriais.

Agenda de reuniões e audiência pública

A missão inclui encontros no Capitólio, reuniões bilaterais com instituições parceiras, plenária com representantes do setor público e privado dos dois países e audiência pública na US International Trade Commission, dentro da investigação americana baseada na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O processo avalia práticas comerciais em comércio digital, serviços de pagamento, tarifas preferenciais, etanol e questões ambientais.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou: “Estamos trabalhando de forma profissional, privada e empresarial. Queremos que não seja precipitada nenhuma decisão e que a tratativa seja pautada pelo bom senso”.

Setores afetados e participação de empresas

Entre os setores mais impactados pelo tarifaço estão máquinas e equipamentos, madeira, café, cerâmica, alumínio, carnes e couro. Grandes empresas como Embraer, Stefanini, Novelis, Siemens Energy e Tupy integram a comitiva, que também conta com dirigentes de oito federações estaduais da indústria, incluindo FIEG, FIEMG, FIEPB, FIEP, FIRJAN, FIERN, FIESC e FIESP.

Investigação das práticas comerciais entre Brasil e EUA

No dia 03/09/2025, a CNI, representada pelo embaixador Roberto Azevêdo, participará de audiência pública sobre a investigação conduzida pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR). A análise abrange comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, propriedade intelectual, etanol e questões ambientais, incluindo desmatamento ilegal.

A CNI apresentou defesa técnica, afirmando que o Brasil não adota práticas desleais ou discriminatórias e que não há fundamento jurídico ou factual para justificar novas tarifas. A entidade destacou que o comércio bilateral é historicamente benéfico para ambos os países e que divergências devem ser resolvidas por diálogo bilateral e cooperação técnica.

Impactos econômicos e medidas de mitigação

Estudos da CNI apontam que as tarifas adicionais podem gerar impacto negativo de até R$ 20 bilhões no PIB brasileiro e perda de 30 mil empregos, afetando principalmente vestuário, máquinas e equipamentos e produtos têxteis.

Alban ressaltou a necessidade de equilíbrio nas negociações: “Não significa perder a soberania, mas não vamos perder a razão. Soberania tem a ver com o bem-estar da sociedade e do setor produtivo”.

Para mitigar efeitos da crise, a CNI entregou ao governo federal propostas que incluem linhas de crédito subsidiadas, postergação de tributos e medidas trabalhistas para preservação de empregos.


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