Uma força-tarefa das secretarias estaduais da Saúde (SES) e da Segurança Pública (SSP) apreendeu nesta segunda-feira (29/09/2025) 117 garrafas de bebidas alcoólicas sem rótulo e sem comprovação de procedência em três estabelecimentos nos bairros Jardim Paulista e Mooca, em São Paulo. A operação foi realizada em parceria com o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) estadual e a Vigilância em Saúde do Município (Covisa).
Os locais fiscalizados são suspeitos de comercializar bebidas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica para humanos. As garrafas apreendidas foram encaminhadas para perícia no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica, e dois estabelecimentos receberam autuação por irregularidades sanitárias.
Investigação e monitoramento dos casos de intoxicação
As apurações estão a cargo da Divisão de Investigações sobre Infrações contra a Saúde Pública, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), por meio da 1ª Delegacia de Polícia. Desde junho de 2025, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol com suspeita de consumo de bebida adulterada. Atualmente, dez casos estão sob investigação, dos quais três resultaram em óbito, envolvendo moradores de São Bernardo do Campo, da capital paulista e um caso ainda sem residência identificada.
O CVS reforça que bebidas de origem clandestina ou sem procedência confiável representam risco à saúde. O órgão recomenda que bares, empresas e consumidores adquiram apenas produtos legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, prevenindo intoxicações.
Metanol e o mercado clandestino de bebidas
Segundo Rodolpho Heck Ramazzinio, diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), o metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis pode ter sido redirecionado para destilarias clandestinas, explicando os casos recentes de intoxicação. Esse redirecionamento ocorreu após a Operação Carbono Oculto, que desmantelou um esquema de fraudes e falsificação no setor de combustíveis.
O Anuário da Falsificação ABCF 2025 aponta que o setor de bebidas foi o mais prejudicado pelo mercado ilegal em 2024, com perdas estimadas em R$ 88 bilhões, incluindo sonegação de tributos e faturamento perdido pelas indústrias legalizadas.
Perfil do metanol e riscos à saúde
O metanol (CH3OH) é um álcool tóxico usado como insumo na indústria química, para a produção de solventes, adesivos e revestimentos. Diferente do etanol, não é seguro para consumo humano e pode levar à morte mesmo em pequenas doses. A ingestão de bebidas adulteradas pode causar visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência.
O MapA estabelece limites mínimos de metanol residual em bebidas, reconhecendo apenas traços inevitáveis, sem autorizar o uso. O Procon-SP recomenda desconfiar de preços muito baixos, lacres e rótulos irregulares, ausência de CNPJ ou número de lote, e alerta que testes caseiros não são seguros nem conclusivos. Em caso de suspeita de intoxicação, o atendimento médico imediato é essencial.
*Com informações da Agência Brasil.
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