Na quinta-feira (11/09/2025), a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou o Boletim Macrofiscal, com a redução da projeção da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,9% para 4,8% em 2025. Segundo o documento, a revisão ocorre em um contexto de excesso de oferta de bens no mercado global, influenciado por tarifas comerciais internacionais, incluindo aquelas aplicadas pelos Estados Unidos.
Motivos da revisão da inflação
O boletim destaca que a menor inflação no atacado agropecuário e industrial e os efeitos defasados da valorização do real contribuíram para a redução da previsão do IPCA. Além disso, considera-se bandeira amarela para tarifas de energia elétrica em dezembro. Apesar da revisão, a expectativa para 2025 permanece acima do teto da meta de inflação, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Para 2026, a projeção é de 3,6%, convergindo ao centro da meta em anos seguintes.
Em relação a outros indicadores, a SPE manteve a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 4,7%, índice utilizado para reajustar salários e aposentadorias. Já o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve previsão reduzida de 4,6% para 2,6%, refletindo maior sensibilidade a variações do dólar devido ao peso do setor atacadista.
Ajustes na projeção do PIB
O boletim também revisou a estimativa de crescimento da economia brasileira de 2,5% para 2,3% em 2025. A revisão está relacionada ao desempenho abaixo do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, repercutindo efeitos da política monetária restritiva sobre crédito e atividade econômica.
Segundo a SPE, a desaceleração do crédito e a taxa básica de juros de 15% ao ano reduziram a expansão interanual das concessões de crédito de 10,5% no trimestre encerrado em dezembro de 2024 para 2,4% no trimestre encerrado em julho de 2025. O crescimento econômico caiu de 1,3% no primeiro trimestre para 0,4% no segundo, influenciado pela redução na produção industrial e de construção e menor volume de serviços prestados pela administração pública.
Desempenho setorial e demanda interna
Pela ótica da demanda, o boletim aponta desaceleração do consumo das famílias, recuo do consumo do governo e redução de investimentos. A projeção de crescimento do PIB industrial foi ajustada de 2% para 1,4%, enquanto o PIB de serviços permaneceu em 2,1%. Por outro lado, o PIB agropecuário teve revisão de 7,8% para 8,3%, considerando maior produção de milho, algodão e abate de bovinos, além da mitigação dos efeitos das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos com o Plano Brasil Soberano.
*Com informações da Agência Brasil.
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