Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas nesta quinta-feira (18/09/2025) em várias cidades da França para protestar contra as medidas de austeridade previstas no orçamento de 2026. As manifestações buscam pressionar o novo primeiro-ministro, Sébastien Lecournu, que assumiu o cargo em 09/09/2025, a reconsiderar cortes e ajustes fiscais. Autoridades estimaram mais de 500 mil participantes, enquanto sindicatos contabilizaram mais de um milhão em todo o país.
Incidentes e ações da polícia
Diversos confrontos marcaram os protestos. Em Paris, manifestantes lançaram garrafas e sinalizadores contra a polícia, resultando em 31 detenções. Em Marselha, vídeo da agência AFP mostrou um policial chutando uma manifestante caída. Em Rennes, objetos foram lançados contra policiais e a tropa de choque utilizou gás lacrimogêneo. Um policial sofreu ferimentos durante a detenção de um integrante do grupo black bloc. Em Lyon, um jornalista e dois policiais foram feridos em confrontos com jovens mascarados.
Impacto em serviços públicos e transporte
A paralisação afetou educação, transportes e serviços públicos. Segundo o Ministério da Educação, quase 1/6 dos professores aderiu à greve, com 45% de adesão no ensino médio. 23 escolas foram totalmente bloqueadas e outras 52 parcialmente. No setor cultural, a Opéra Garnier cancelou o espetáculo “Ariodante”. Nos transportes, houve redução de tráfego, mas sem bloqueio total. A EDF informou redução de 4.000 MW na produção de energia elétrica.
Mobilização sindical e demandas
O movimento foi convocado por oito centrais sindicais (CFDT, CGT, FO, CFE-CGC, CFTC, Unsa, FSU e Solidaires). Marylise Léon, da CFDT, afirmou que a ação busca um orçamento com justiça fiscal, social e ecológica. Representantes e manifestantes relataram dificuldades econômicas e criticaram políticas que favorecem classes mais altas. A CGT confirmou nova manifestação intersindical nesta sexta-feira (19/09/2025), alertando que o governo precisa responder às reivindicações rapidamente.
Contexto político
O governo de Lecournu sucede o primeiro-ministro François Bayrou, derrubado após moção de censura. Entre as medidas contestadas pelos sindicatos estão alterações nas regras do seguro-desemprego e no sistema de reembolso de gastos médicos, que fazem parte do orçamento de 2026. As manifestações são interpretadas como pressão direta sobre o novo premiê para reconsiderar o pacote econômico.
*Com informações da RFI.
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