O veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU a uma resolução que exigia cessar-fogo em Gaza, acesso humanitário e libertação de reféns reacendeu o debate internacional sobre o reconhecimento do Estado palestino. A medida provocou críticas de países membros e aumentou a atenção para a Conferência Internacional de Alto Nível da ONU, marcada para segunda-feira (22/09/2025), em Nova York, voltada à implementação da solução de dois Estados.
Veto norte-americano e reação internacional
Na quinta-feira (18/09/2025), o Conselho de Segurança da ONU registrou 14 votos favoráveis e apenas um contrário à resolução que exigia cessar-fogo permanente, fim das restrições humanitárias e libertação de reféns. O veto norte-americano impediu o avanço do texto.
Justificativa dos EUA e críticas de outros países
Os Estados Unidos argumentaram que o Hamas é responsável pelo conflito e que Israel tem o direito de se defender, além de alegarem aumento no fluxo de ajuda humanitária em Gaza. A diplomata norte-americana Morgan Ortagus criticou a resolução por não condenar o Hamas.
Em resposta, representantes da Argélia, Paquistão e Dinamarca alertaram para o risco humanitário e moral. A embaixadora dinamarquesa, Christina Markus Lassen, afirmou que “uma geração corre o risco de se perder não só pela guerra, mas pela fome e pelo desespero”.
Reconhecimento do Estado palestino pela França
A França deve anunciar oficialmente o reconhecimento do Estado palestino durante a conferência da ONU em 22 de setembro. O presidente Emmanuel Macron considera que a medida integra um plano de paz abrangente, buscando garantir a segurança de Israel e isolar o Hamas.
Estratégia e limitações do reconhecimento
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, descreve o processo como “maturação progressiva”, envolvendo países ocidentais e árabes. Especialistas, no entanto, alertam que sem medidas concretas, como sanções contra Israel, o reconhecimento pode ter impacto limitado. Agnès Levallois, especialista em Oriente Médio, classifica a ação como “palavras vazias” se não acompanhada de ações práticas.
Obstáculos internos e rejeição israelense
A representante da Palestina na França, Hala Abou Hassira, defende sanções efetivas, como embargo de armas e suspensão do acordo UE-Israel. A proposta enfrenta resistência interna, incluindo de países como Hungria, e oposição do governo israelense, apoiado pelo presidente Donald Trump.
Perspectiva de longo prazo
O reconhecimento francês, em parceria com a Arábia Saudita, propõe um Estado palestino com Autoridade reformada, mas enfrenta obstáculos como corrupção, concentração de poder e rejeição de Israel. Segundo Bertrand Besancenot, ex-embaixador na região, mudanças imediatas são improváveis, mas a pressão saudita sobre Washington pode gerar efeitos no médio e longo prazo.
*Com informações da RFI.
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