A Bahia sedia, entre segunda-feira e sábado (14 a 18/10/2025), a Cúpula Global para uma Transição Agrícola Justa (JAT Summit), que reúne representantes da América, Europa, África e Ásia para discutir soluções sustentáveis e inclusivas para o futuro da agricultura. O encontro ocorre em Salvador e no município de Pintadas, no Semiárido baiano, com a participação da Rede Pintadas, lideranças indígenas, agricultores familiares, ativistas e especialistas internacionais.
Diálogo global e valorização dos saberes tradicionais
De (14/10) a (16/10), as atividades ocorrem em Salvador, com painéis, rodas de diálogo e celebrações culturais que conectam experiências locais às agendas globais de sustentabilidade. A abertura é conduzida por lideranças indígenas e afro-brasileiras, em um círculo de boas-vindas com música e relatos tradicionais, simbolizando o respeito à terra e às práticas ancestrais.
Durante os debates, serão abordados temas como eliminação do uso de agrotóxicos, fortalecimento dos direitos à terra, valorização dos saberes indígenas e protagonismo das mulheres nos sistemas alimentares. As sessões também incluem intercâmbio de práticas agrícolas adaptadas às mudanças climáticas, economias alimentares populares e modelos cooperativistas que fortalecem a produção local e a segurança alimentar.
Compromissos e elaboração de políticas públicas
Um dos pontos centrais do evento será a elaboração de roteiros de ação coletiva voltados à reformulação de políticas públicas agrícolas sob uma perspectiva social e ambiental, com foco em financiamento justo para soluções comunitárias. No dia (16/10), será assinado um documento-síntese reafirmando o compromisso global com o fortalecimento de políticas de segurança alimentar, agricultura regenerativa e produção de alimentos saudáveis.
De acordo com os organizadores, a cúpula busca integrar ciência, conhecimento popular e gestão pública para promover transições agrícolas sustentáveis, com foco em práticas regenerativas e inclusão produtiva.
Visitas técnicas e encerramento em Pintadas
Nos dias (17/10) e (18/10), os participantes se deslocam para o município de Pintadas, onde conhecerão iniciativas comunitárias de agroecologia e regeneração ambiental desenvolvidas por cooperativas locais. O território é reconhecido como referência em agricultura familiar sustentável e cooperação rural no Semiárido baiano.
As visitas culminarão no lançamento da Declaração dos Povos pela Transição Agrícola Justa, documento que será apresentado oficialmente no Dia Mundial da Alimentação, reafirmando o compromisso global por sistemas alimentares equitativos e regenerativos. O encerramento da cúpula contará com uma celebração cultural e um ritual coletivo de compromisso com a justiça alimentar e a regeneração dos ecossistemas.
Bahia como referência em práticas agroecológicas
O evento reforça o papel da Bahia como referência internacional em agroecologia e convivência com o semiárido, promovendo a integração entre saberes tradicionais, ciência e políticas públicas.
Segundo Nereide Segala Coelho, uma das lideranças da Rede Pintadas, a cúpula “é o resultado de um esforço coletivo para construir novos modelos de sistemas alimentares baseados na soberania alimentar e na valorização dos conhecimentos ancestrais”.
A iniciativa é resultado de um processo de preparação iniciado entre junho e setembro de 2025, coordenado pela Comissão Huairou e pela Oxfam Novib, que promoveram diálogos liderados por mulheres sobre direito à terra, agroecologia, banimento de agrotóxicos e adaptação climática.
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