Os bolivianos vão às urnas no domingo (19/10/2025) para o segundo turno das eleições presidenciais, que marcará o fim de 20 anos de hegemonia do Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales. A disputa opõe Jorge “Tuto” Quiroga, da coalizão de direita Aliança Livre, a Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão, em um contexto de colapso econômico, com inflação alta, escassez de produtos básicos e déficit fiscal de 13% do PIB.
Disputa eleitoral e intenção de votos
No primeiro turno, em 17/08/2025, Paz Pereira obteve 32% dos votos, e Quiroga ficou com 26,7%. Pesquisas recentes indicam que Quiroga lidera com 43% a 47%, enquanto Paz Pereira aparece com 33% a 39%. Especialistas apontam que a rejeição ao MAS favorece o candidato mais distante da esquerda e que o voto por mudança radical ganha força, especialmente após a queda do MAS para apenas 3,1% dos votos.
Enquanto Quiroga defende mudanças radicais e privatizações, Paz Pereira propõe uma transição gradual, com subsídios e expansão monetária para estimular a economia, embora com impacto limitado na redução do déficit fiscal. Quiroga planeja um acordo de US$ 12 bilhões com o FMI, buscando reabrir a economia e atrair investimentos estrangeiros.
Crise econômica histórica
A Bolívia enfrenta a pior crise econômica em 40 anos, com escassez de divisas, queda de exportações de gás natural, importações de alimentos e combustíveis limitadas, e inflacionamento de 24% nos últimos 12 meses. O dólar permanece congelado desde 2008, causando disparidade no mercado paralelo, enquanto subsídios consomem 4,2% do PIB, pressionando ainda mais as contas públicas.
A cientista política Lily Peñaranda alerta que a estabilização exigirá ajuste fiscal severo, o que pode gerar protestos sociais liderados por movimentos próximos a Morales. A população demonstra alta insatisfação com o MAS e busca soluções imediatas para a crise, favorecendo medidas econômicas mais radicais.
Influência dos Estados Unidos e oportunidades estratégicas
O governo de Donald Trump sinalizou apoio financeiro e econômico à Bolívia, caso haja aproximação estratégica e abertura econômica, especialmente em setores como lítio, metal crítico para baterias de veículos elétricos. A proposta americana visa reduzir a influência da China e fortalecer acordos de livre comércio com a Bolívia.
Segundo autoridades americanas, ambos os candidatos demonstraram interesse em reaproximação com os EUA, o que pode gerar investimentos, acordos comerciais e exploração de recursos naturais. A região andina concentra mais de 50% das reservas globais de lítio, incluindo Bolívia, Argentina e Chile, aumentando o interesse estratégico norte-americano.
*Com informações da RFI.
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