Neste domingo (12/10/2025), a China criticou os Estados Unidos por adotarem tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses, anunciadas pelo presidente Donald Trump. A medida foi apresentada como resposta à regulamentação chinesa das exportações de tecnologias ligadas às terras raras, setor estratégico para eletrônicos, defesa e indústria tecnológica global. Pequim classificou a ação americana como um exemplo de “duplo padrão”, enquanto alertou para impactos negativos nas negociações comerciais.
Tarifas e repercussão internacional
A nova tarifa, que entra em vigor em 1º de novembro, se soma aos 30% já aplicados a produtos chineses desde maio, além de impostos específicos sobre aço, alumínio, cobre, produtos farmacêuticos e móveis. O Ministério do Comércio da China declarou que a política tarifária de Washington prejudica os interesses chineses e compromete o ambiente para negociações econômicas.
O setor de terras raras, formado por 17 metais estratégicos, é central para a disputa. A China é maior produtora mundial desses materiais, enquanto os EUA acusam o país de utilizar sua posição para fins geopolíticos. O governo chinês anunciou medidas de controle de exportação de tecnologias relacionadas à extração e produção desses metais, em retaliação a políticas americanas.
Contexto da guerra comercial
A guerra comercial entre Pequim e Washington começou no início de 2025, com aumento mútuo de tarifas sobre diversos produtos. Após meses de negociações, ambos os países concordaram com uma trégua comercial válida até novembro, incluindo tarifas provisórias de 30% sobre produtos chineses e 10% sobre produtos americanos.
Na última sexta-feira (09/10/2025), a China anunciou ainda a imposição de tarifas especiais sobre navios americanos em seus portos, como resposta a medidas adotadas por Washington em abril. A escalada ocorre antes da cúpula da APEC, na Coreia do Sul, inicialmente prevista para encontros bilaterais entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, que foram suspensos.
Efeitos econômicos e estratégicos
Especialistas apontam que a disputa tarifária pode afetar cadeias de suprimento globais, especialmente para indústrias de tecnologia, defesa e energia renovável, dependentes das terras raras. Pequim alerta que ameaças constantes com tarifas elevadas dificultam a cooperação econômica e prejudicam negociações futuras entre as duas maiores economias do mundo.
O aumento das tarifas também tem potencial de impactar o comércio internacional, gerando aumento de custos para empresas americanas e chinesas, além de pressão sobre mercados financeiros. Autoridades de ambos os países afirmam que permanecem abertas ao diálogo, mas ressaltam a necessidade de medidas que protejam interesses estratégicos nacionais.
*Com informações da RFI.
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