Compras argentinas e aproximação com EUA elevam expectativas do setor exportador brasileiro

Empresários brasileiros veem aumento nas exportações e aguardam consensos comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Empresários brasileiros veem aumento nas exportações e aguardam consensos comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

O setor exportador brasileiro demonstra otimismo após negociações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos e aumento das exportações argentinas, conforme analistas e representantes do setor. A conversa telefônica entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, na segunda-feira (06/10/2025), reforçou expectativas de redução das tarifas comerciais e de avanço em acordos de exportação, beneficiando produtos como carne bovina, café, milho e soja.

De acordo com José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o setor projeta um crescimento de 2% nas vendas externas em 2025, revertendo a expectativa de queda após o aumento de tarifas nos Estados Unidos.

“Parecia que chegaríamos ao fim do ano com queda nas exportações, após as tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. Agora a situação melhorou”, afirmou Castro.

Influência da Argentina e do comércio regional

A Argentina desempenha papel estratégico na dinâmica das exportações brasileiras. Enquanto o país vizinho aumenta suas vendas de carne para o mercado internacional, também importa carne do Brasil para suprir seu mercado interno. Essa triangulação impacta diretamente o crescimento da agropecuária brasileira e a definição do volume de plantio.

Desafios e volatilidade do comércio internacional

O cenário global de tarifas permanece volátil, o que gera incertezas para produtores que precisam planejar a produção de animais e cultivos. Gilberto Braga, economista do IBMEC, ressalta que a pré-pauta entre Brasil e EUA busca convergência econômica, enquanto questões políticas ficam em segundo plano.

Geopolítica e influência da China

Especialistas alertam que o contexto geopolítico pode afetar a rapidez das negociações. Claudio Finkelstein, coordenador de Direito Internacional da PUC-SP, observa que os EUA buscam limitar o protagonismo do Brasil no Brics e influenciam decisões sobre moeda e comércio internacional.

A postura da China também impacta o mercado. Com a suspensão da compra de soja americana, há espaço para expansão das exportações brasileiras do grão, criando oportunidades estratégicas no comércio internacional. Castro reforça que a soja pode entrar nas discussões futuras entre Brasil, EUA e China, com impactos significativos para os exportadores.

Participação de Marco Rubio nas negociações

O anúncio de Marco Rubio como coordenador das negociações do governo americano inicialmente gerou dúvidas, mas especialistas apontam que a designação pode agilizar acordos. Segundo Braga, acordos pré-estabelecidos entre Rubio e a equipe brasileira terão validade direta entre os presidentes, garantindo que interesses políticos não interfiram nas decisões econômicas.

*Com informações da RFI.


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