Nesta quinta-feira (16/10/2025), o depoimento de Cícero Marcelino de Souza Santos à CPMI do INSS revelou que ele abriu empresas para prestar serviços à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). Segundo o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), Cícero admitiu que recebeu e repassou aproximadamente R$ 300 milhões da Conafer, movimentados por meio das empresas dele e da esposa. O depoente negou ser peça central do esquema de fraudes e afirmou não se envolver em atividades criminosas.
Empresas e movimentação financeira
O relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), apontou que a Conafer teria repassado R$ 300 milhões para empresas de Cícero e sua esposa. O depoente explicou que os recursos se referiam a pagamentos diversos a funcionários, fornecedores e comunidades indígenas, seguindo planilhas da Confederação. Ele afirmou que sua atuação foi limitada a cumprir ordens e que não tinha consciência de irregularidades.
Consultoria e rendimentos
Cícero detalhou que, antes de abrir empresas voltadas à Conafer, sua renda mensal era de R$ 7 mil. Após iniciar os serviços, passou a receber R$ 120 mil por mês, atuando como um consultor responsável por pagamentos e logística da entidade. Ele declarou não ter renda atual e afirmou não se sentir ameaçado, mas se preocupar com a repercussão de seu depoimento na mídia.
Questionamentos e acusações
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) reforçou que os recursos subtraídos irregularmente dos aposentados devem ser ressarcidos aos cofres públicos. Já o senador Izalci Lucas (PL-DF) sugeriu que Cícero teria atuado como “laranja”, destacando que a Receita Federal deve apurar a regularidade tributária das empresas. O depoente respondeu que sempre pagou impostos e que suas empresas prestavam serviços apenas à Conafer.
Delacionamento e investigação
O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) sugeriu que Cícero realizasse delação premiada para proteção própria e de sua família, enquanto Rogério Correia (PT-MG) alertou que o risco de condenação poderia variar entre 7 e 36 anos. Cícero reiterou que não confessou crime algum e que apenas executava atividades contratadas pela Confederação.
Impactos e pressões políticas
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) destacou que o esquema envolve “gente graúda” e que as movimentações circulares entre empresas familiares dificultam o rastreamento financeiro, possivelmente configurando lavagem de dinheiro. O presidente da CPMI, Carlos Viana, afirmou que o depoimento confirma a passagem de mais de R$ 300 milhões por empresas intermediárias e a existência de repasses que ainda podem atingir agentes políticos.
Sessão reservada
Viana anunciou que solicitou sessão reservada para aprofundar a investigação sobre nomes e repasses ainda sob sigilo. Ele também criticou a rejeição de requerimentos para ouvir José Ferreira da Silva (Frei Chico), vice-presidente do Sindnapi e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando suposta proteção política.
*Com informações da Agência Senado.
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