Neste sábado (11/10/2025), o presidente Emmanuel Macron reconduziu Sébastien Lecornu ao cargo de primeiro-ministro, dias após sua renúncia, em meio a pressões por um novo gabinete e à iminência da apresentação do orçamento de 2026. A decisão gerou críticas internas e internacionais, com jornais europeus alertando para instabilidade política e econômica e questionando a capacidade do governo de lidar com os desafios institucionais e financeiros da França.
Repercussão internacional
O Financial Times descreveu a medida como indicativo do fim do “macronismo”, destacando a queda de popularidade do presidente e a dificuldade de sustentar seu projeto político centrista. O espanhol El País classificou Macron como líder isolado, rejeitado dentro do próprio partido, e apontou para um clima de fim de era.
O The Guardian destacou o cenário sem precedentes para a formação do novo governo, enquanto o alemão Der Spiegel comparou a situação a uma “comédia de mau gosto”, ressaltando os riscos à dívida pública, que já ultrapassa € 3,4 trilhões (115,6% do PIB), e à economia francesa, que apresenta queda nos investimentos.
Retomada de Lecornu e desafios internos
Lecornu, de 39 anos e ex-ministro da Defesa, justificou sua volta ao cargo como dever institucional. No entanto, enfrentará dificuldades para formar a nova equipe ministerial, já que dois nomes da direita recusaram integrar o governo. O orçamento de 2026 precisa ser apresentado na segunda-feira (13/10/2025), garantindo 70 dias para análise pelo Parlamento antes do fim do ano.
Apesar da recondução, Lecornu admitiu que o orçamento não será perfeito, e o governo pode ter prazo de validade curto, diante da falta de apoio político e da ameaça de moção de censura. A Assembleia Nacional permanece dividida entre esquerda, centro-direita e extrema direita, dificultando a estabilidade governamental.
Contexto da crise
A crise política se iniciou com a dissolução da Assembleia Nacional em 2024, resultando em um parlamento sem maioria clara. Desde então, a França teve quatro primeiros-ministros em apenas um ano e meio. A recondução de Lecornu ocorre enquanto Macron busca manter controle político e estabilidade diante da aproximação das eleições de 2027.
Lecornu afirmou que seu governo deve estar desconectado das ambições presidenciais e poderá excluir políticos com intenções eleitorais imediatas. Contudo, a resistência de partidos como Os Republicanos, Partido Socialista e extrema direita torna incerta a aprovação de medidas centrais, incluindo reformas da Previdência e orçamento federal.
*Com informações da RFI.
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