O YouTube concordou em pagar US$ 22 milhões para encerrar o processo movido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, após a suspensão de sua conta em consequência dos ataques ao Capitólio em 06/01/2021. A decisão foi revelada em documento judicial divulgado na segunda-feira (29/09/2025) e marca o fim de uma disputa aberta em julho de 2021. A plataforma, subsidiária do Google/Alphabet, não reconheceu culpa nem assumiu compromissos corretivos.
Acordos anteriores com outras plataformas
Além do YouTube, Trump já havia firmado acordos extrajudiciais com a Meta (Facebook) e a X (ex-Twitter). Em janeiro de 2025, a Meta concordou em pagar US$ 21 milhões, enquanto a X desembolsou US$ 10 milhões semanas depois.
Esses casos integram uma estratégia do presidente de contestar a moderação de conteúdo realizada por grandes plataformas digitais, que haviam restringido suas contas após os eventos de janeiro de 2021.
Reações públicas e posicionamento político
Após o anúncio, Donald Trump comemorou em sua rede Truth Social, classificando o acordo como uma “vitória massiva” contra a censura das big techs. O republicano publicou uma montagem em que aparece recebendo um cheque das mãos de Neal Mohan, presidente do YouTube.
O observatório de mídia Media Matters, por outro lado, qualificou a decisão da plataforma como uma “capitulação míope”, afirmando que o pagamento pode encorajar novas tentativas de Trump de limitar a atuação da imprensa e de plataformas digitais.
Contexto da suspensão em 2021
Em 12/01/2021, o YouTube suspendeu a conta de Trump por violar regras da comunidade ao estimular fisicamente a contestação do resultado das eleições de 2020. O perfil só foi restabelecido em março de 2023.
Na ocasião, milhares de apoiadores invadiram o Congresso dos EUA durante a certificação da vitória de Joe Biden, resultando em cinco mortes e forte repercussão internacional.
Outras disputas judiciais encerradas
O acordo com o YouTube se soma a entendimentos entre Trump e outros veículos de comunicação. Em julho de 2025, a CBS pagou US$ 16 milhões para encerrar processo relacionado a uma entrevista com Kamala Harris. Já em dezembro de 2024, a ABC desembolsou US$ 15 milhões em outra disputa judicial.
O documento judicial também prevê que o YouTube pagará US$ 2,5 milhões a influenciadores conservadores, como Austen Fletcher e Naomi Wolf, que tiveram contas suspensas após o ataque ao Capitólio.
Debate jurídico e liberdade de expressão
Juristas afirmam que as chances de Trump vencer em tribunal eram reduzidas, pois Meta, YouTube e X são empresas privadas e, por isso, possuem autonomia para regular conteúdos publicados em suas plataformas. Para especialistas, esse princípio jurídico prevalece sobre alegações de violação da liberdade de expressão.
*Com informações da RFI.
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