Geleiras suíças perdem 25% do volume em dez anos e alertam para impactos do aquecimento global

Estudo aponta aceleração do derretimento nas geleiras alpinas e riscos para hidreletricidade, abastecimento de água e estabilidade das montanhas.
Estudo aponta aceleração do derretimento nas geleiras alpinas e riscos para hidreletricidade, abastecimento de água e estabilidade das montanhas.

As geleiras da Suíça perderam cerca de 25% de seu volume na última década, aponta estudo divulgado nesta quarta-feira (01/10/2025). O monitoramento feito pela rede suíça de Glaciares (Glamos) registrou derretimento significativo em cerca de 20 formações representativas das 1.400 existentes, com perdas intensificadas por invernos com pouca neve e ondas de calor nos meses de junho e agosto.

Segundo Matthias Huss, diretor da Glamos, “o ritmo de perda de gelo está acelerando há cerca de 20 anos”, com destaque para a Geleira do Ródano, que perdeu mais de 100 metros de espessura nas últimas duas décadas.

Impactos na energia e abastecimento de água

As geleiras suíças são fundamentais para a geração de energia hidrelétrica e o abastecimento de água potável. Entre 2015 e 2025, registrou-se uma perda de 24% do volume total, aumento em relação aos 17% entre 2010 e 2020. Esse recuo pode afetar a disponibilidade de água e a produção energética no futuro, especialmente em regiões alpinas.

Ameaças a longo prazo

De acordo com Matthias Huss e Michael Zemp, diretor do WGMS, caso as emissões de CO₂ permaneçam nos níveis atuais, quase todas as geleiras suíças desaparecerão até o fim do século, o que também afetará países vizinhos como Áustria e França. Desde a década de 1970, mais de 1.100 geleiras suíças já desapareceram.

Consequências geográficas e ambientais

O derretimento das geleiras reduz as reservas de água doce na Europa e pode desestabilizar encostas e penhascos, aumentando o risco de deslizamentos e colapsos de massas de gelo. Até o final de 2025, o volume total de gelo nas geleiras suíças deve atingir 45,1 km³, cerca de 30 km³ a menos que em 2000, e a área de superfície deve cair para 755 km², representando 30% de redução.

Apesar do segundo junho mais quente já registrado, as temperaturas mais baixas em julho, com neve acima de 2.500 metros, limitaram perdas adicionais, evitando um derretimento mais intenso neste ano, segundo a Glamos.

*Com informações da RFI.


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