Liberdade de imprensa nas Américas apresenta sinais de deterioração, aponta relatório da SIP

Entidade registra aumento de ameaças, assédio judicial e restrições ao jornalismo em países da América do Sul, Central e Norte.
Entidade registra aumento de ameaças, assédio judicial e restrições ao jornalismo em países da América do Sul, Central e Norte.

Um relatório da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) divulgado na sexta-feira (17/10/2025) aponta que a liberdade de imprensa nas Américas vem se deteriorando, com intensificação de ameaças e restrições ao jornalismo crítico e independente em países da América do Sul, Central e do Norte. Segundo a entidade, a escalada de pressões afeta pilares da democracia, como a liberdade de expressão e o direito à informação fidedigna.

Durante a 81ª Assembleia Geral da SIP, realizada em Punta Cana, República Dominicana, o presidente da entidade, José Roberto Dutriz, destacou o desafio da desinformação em meio a redes sociais, algoritmos e inteligência artificial generativa, que aceleram a propagação de notícias falsas e corroem a confiança social.

Casos e contextos regionais

O relatório aponta que práticas de assédio, violência, perseguição judicial, pressão econômica, controle digital e censura explícita cresceram em diferentes países, independentemente da corrente política dos governos. Países citados incluem Argentina, Colômbia, Canadá, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Nicarágua, Peru, Venezuela e outros.

Estados Unidos

A SIP manifestou preocupação com a situação nos Estados Unidos, onde o governo de Donald Trump tem adotado medidas contra veículos e jornalistas críticos. Entre os episódios citados, dezenas de profissionais devolveram credenciais de acesso ao Pentágono após exigência de prévia aprovação de suas reportagens. O presidente também ameaçou revogar licenças de operação de emissoras de rádio e TV que o criticam, segundo o relatório.

Brasil

No Brasil, a presidenta da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, Martha Ramos, destacou casos de assédio judicial contra jornalistas, incluindo o da jornalista Rosane de Oliveira e do jornal Zero Hora, condenados em primeira instância por divulgar vencimentos de uma magistrada. Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha decisões favoráveis à liberdade de imprensa, pressões de políticos e grupos de influência persistem, incluindo campanhas de intimidação em redes sociais e ações pessoais.

Indicadores internacionais

Segundo o ranking da Repórteres Sem Fronteiras, a liberdade de imprensa global apresenta condições ruins em metade dos países do mundo. No Brasil, a posição passou da 63ª para a 47ª, refletindo melhoria na autonomia da imprensa, enquanto nos Estados Unidos, a confiança na mídia diminuiu, com hostilidade a jornalistas e politização das instituições públicas.

*Com informações da Agência Brasil.


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