O advogado Sergio Bermudes faleceu nesta segunda-feira (27/10/2025), aos 79 anos, em decorrência de sepse respiratória. Ele estava internado há vários meses e enfrentava complicações causadas pela Covid-19. Considerado um dos principais nomes da advocacia brasileira, Bermudes construiu uma trajetória de destaque pela atuação em casos de repercussão nacional e pela formação de gerações de juristas.
Atuação no caso Vladimir Herzog
Entre os episódios mais emblemáticos de sua carreira, destaca-se o processo movido por Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado durante a ditadura militar. O caso levou o Poder Judiciário a reconhecer oficialmente, pela primeira vez, que o jornalista morreu sob custódia do regime, decisão que se tornou um marco na história da Justiça brasileira.
Natural de Cachoeiro de Itapemirim (ES), Bermudes nasceu em (02/10/1946). Formou-se em Direito pela Universidade do Estado da Guanabara, em 1969, e concluiu o doutorado em História do Processo Romano, Canônico e Lusitano pela Universidade de São Paulo (USP).
Trajetória acadêmica e profissional
Em 1969, fundou o Bermudes Advogados, escritório que se tornou referência nacional em contencioso e arbitragem, com unidades no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.
No campo acadêmico, Sergio Bermudes exerceu papel relevante como professor de Direito Processual Civil na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) desde 1978, sendo reconhecido pela contribuição ao ensino jurídico brasileiro e pela formação de novos profissionais.
Homenagens e reconhecimento institucional
O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) manifestou profundo pesar pela morte do jurista, que era membro da instituição há quase quatro décadas. Em (2023), durante a comemoração dos 180 anos do IAB, Bermudes recebeu a Medalha Teixeira de Freitas, a maior honraria da entidade, em reconhecimento à sua dedicação à advocacia e à democracia.
Em nota, o IAB declarou: “Sergio Bermudes representa uma trajetória de dedicação exemplar à advocacia, ao ensino jurídico e ao fortalecimento das instituições democráticas”.
Luto na advocacia nacional
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também lamentou o falecimento e decretou luto oficial de três dias. O presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, destacou que Bermudes “reuniu talento, coragem e rigor técnico em uma trajetória que honra a advocacia brasileira”.
O presidente da Comissão Constitucional da OAB e membro honorário vitalício do Conselho Federal, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, afirmou que o advogado “foi um inovador e fiel defensor dos postulados constitucionais. Permanecerá vivo por seus ensinamentos e pelo legado de dignidade e altivez”.
Legado de uma vida dedicada ao Direito
Ao longo de mais de cinco décadas de atuação, Sergio Bermudes consolidou uma carreira marcada pela defesa das garantias fundamentais, pela contribuição ao debate jurídico nacional e pelo comprometimento com a democracia e as instituições brasileiras. Sua morte representa uma perda significativa para o meio jurídico, especialmente entre os profissionais que foram formados ou inspirados por seu trabalho.
*Com informações da Agência Brasil.
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