Nesta sexta-feira (17/10/2025), a ONU divulgou um relatório destacando que cerca de 80% da população pobre mundial — aproximadamente 900 milhões de pessoas — está diretamente exposta a eventos climáticos extremos agravados pelo aquecimento global. O documento foi apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com a Iniciativa de Oxford sobre Pobreza e Desenvolvimento Humano (OPHI), em preparação para a COP30, que ocorrerá no Brasil em novembro.
Impactos sobre as populações vulneráveis
O relatório evidencia que ondas de calor, secas, enchentes e poluição do ar atingem desproporcionalmente os mais pobres, dificultando o progresso no combate à pobreza. Segundo Haoliang Xu, diretor interino do PNUD, a conferência climática deve tratar ação climática como parte da redução global da pobreza.
Dados do Índice Global de Pobreza Multidimensional mostram que, em 2024, 1,1 bilhão de pessoas viviam em situação de pobreza multifatorial aguda, metade delas menores de idade. Entre essas populações, 78,8% enfrentam pelo menos um risco ambiental extremo, com destaque para calor extremo (608 milhões), poluição do ar (577 milhões), enchentes (465 milhões) e secas (207 milhões).
Regiões mais afetadas
As regiões mais impactadas são África Subsaariana (565 milhões de pessoas) e Sul da Ásia (390 milhões), ambas altamente vulneráveis. No Sul da Ásia, embora haja histórico de redução da pobreza, 99,1% da população pobre está exposta a pelo menos um risco climático, exigindo medidas integradas entre desenvolvimento social e ação climática.
O relatório também evidencia que 651 milhões de pessoas enfrentam pelo menos dois riscos simultâneos, 309 milhões convivem com três ou quatro, e 11 milhões sofreram todos os quatro impactos em um único ano, expondo a gravidade da sobreposição de vulnerabilidades.
Tendências e recomendações
Com o planeta já 1,4°C mais quente em relação ao século XIX, a tendência é de agravamento dos impactos, especialmente nos países mais pobres. O documento enfatiza a necessidade de priorizar tanto pessoas quanto ecossistemas, integrando redução da pobreza, corte de emissões, adaptação aos impactos e restauração ambiental.
O relatório conclui que transformar diagnóstico em ação rápida é essencial para construir comunidades resilientes e proteger populações em situação de vulnerabilidade extrema, alinhando políticas sociais e ambientais.
*Com informações da ONU News.
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