O procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhou nesta quarta-feira (15/10/2025) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a solicitação de retomada do inquérito da Polícia Federal (PF) que investigou o ex-presidente Jair Bolsonaro por possível interferência na corporação. O caso havia sido arquivado em março de 2022, quando a PF concluiu que não houve ingerência política durante o governo do ex-presidente.
Origem da investigação
A investigação teve início após a demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que apontou suposta interferência de Bolsonaro na PF, incluindo a troca do então diretor-geral Maurício Valeixo, indicado por Moro.
Segundo a PGR, é necessário apurar se houve efetivamente interferência ou tentativas de interferência na corporação, citando conversas de WhatsApp entre Moro e Bolsonaro em 2020. Uma mensagem enviada em 22 de abril de 2020 indicava a demissão de Valeixo, e, no dia seguinte, Bolsonaro compartilhou notícias sobre investigações da PF envolvendo deputados aliados.
Alcance do pedido da PGR
No documento, o procurador-geral solicitou que a PF verifique a relação da suposta interferência com investigações sobre a Abin Paralela, propagação de desinformação e uso da estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A PGR destacou que é imprescindível analisar a amplitude das ações, incluindo a utilização de dados sensíveis e da estrutura do Estado, conforme apontado nos diálogos e depoimentos.
Tramitação no STF
O pedido de reabertura do inquérito será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Caso aprovado, a PF retomará as apurações e poderá aprofundar a investigação sobre possíveis interferências e a relação com atos da administração federal durante o mandato de Bolsonaro.
*Com informações da Agência Brasil.
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