O plano de paz para Gaza apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aceito “sob condições” pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, gerou debate internacional nesta terça-feira (30/09/2025). A proposta prevê interrupção imediata da guerra, libertação de reféns em até 72 horas e retirada gradual das forças israelenses, com Trump liderando o comitê de transição. Especialistas apontam dificuldades de implementação e criticam a escolha de Tony Blair para conduzir a comissão.
Pontos centrais do plano
O plano inclui desarmamento do Hamas, incentivos à permanência de moradores na Faixa de Gaza, desenvolvimento econômico e reconstrução do território, negando qualquer anexação de terras por Israel. Além disso, estabelece apoio internacional para supervisão e aplicação do acordo, com participação de países árabes e muçulmanos.
Perspectiva de especialistas
O analista David Rigoulet-Roze, do Instituto Francês de Análise Estratégica, considera a proposta sólida, mas com dificuldades práticas. Segundo ele, o Hamas enfrentará pressão internacional para aceitar os termos, incluindo a libertação de reféns em até 72 horas, com mediação do Catar.
A pesquisadora Souhire Medini destaca o egocentrismo de Trump e alerta para o impacto na percepção palestina. Ela ressalta que a linguagem econômica do plano pode transmitir a ideia de que os palestinos não teriam controle sobre seu próprio futuro, embora veja evolução em relação a propostas anteriores do ex-presidente americano.
Governança e comparação histórica
O ex-embaixador francês Éric Danon compara o futuro comitê de transição a um protetorado britânico, criticando a escolha de Tony Blair. Ele ressalta que a exclusão da França e da ONU do processo limita a governança internacional e a supervisão externa, o que pode dificultar a implementação completa do plano.
Reações em Israel e apoio internacional
O líder da oposição israelense Yair Lapid comprometeu-se a formar uma rede de sustentação para Netanyahu, garantindo a aprovação do plano no governo. O Fórum dos Familiares dos Reféns qualificou a proposta como um acordo histórico, enfatizando a necessidade de pressão internacional sobre o Hamas.
O plano conta com apoio explícito de países árabes e muçulmanos, incluindo Arábia Saudita, Catar, Turquia, Indonésia, Paquistão e Emirados Árabes Unidos. Caso o Hamas não aceite, Israel recebeu autorização dos EUA para retomar ações militares contra o grupo.
Desafios de implementação
Apesar do aval israelense, especialistas apontam divergências internas e resistências políticas, tanto em Israel quanto entre os palestinos. A implementação depende da adesão do Hamas, da cooperação internacional e da gestão do comitê de paz liderado por Trump, com supervisão limitada de terceiros.
*Com informações da RFI.
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