Roubo cinematográfico no Louvre expõe falhas de segurança; Diretora será ouvida no Senado

Invasão de criminosos em menos de dez minutos evidencia vulnerabilidades no museu mais visitado do mundo e provoca revisão urgente nos protocolos de segurança.
Invasão de criminosos em menos de dez minutos evidencia vulnerabilidades no museu mais visitado do mundo e provoca revisão urgente nos protocolos de segurança.

O Museu do Louvre, em Paris, permanece fechado após o roubo de oito joias da coroa francesa na Galeria Apolo. Quatro criminosos mascarados utilizaram guindaste e elevador de carga para acessar o primeiro andar, quebraram vitrines com motosserras e fugiram em motocicletas. Uma das peças, a coroa da imperatriz Eugênia, foi localizada danificada nas proximidades. O episódio mobiliza cerca de 60 agentes da Brigada de Repressão ao Banditismo e do Escritório Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais.

Investigação e contexto do roubo

A promotora de Paris, Laure Beccuau, indicou que os criminosos podem ter agido a mando de colecionadores ou para desmontar peças e facilitar lavagem de dinheiro. Especialistas afirmam que as joias têm baixo valor de revenda em seu estado atual. O presidente Emmanuel Macron classificou o roubo como um ataque ao patrimônio histórico, enquanto o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, reconheceu falhas graves de segurança.

Convocação da diretora e papel do Senado

A presidente do museu, Laurence Des Cars, será ouvida nesta quarta-feira (22/10/2025) pela Comissão de Assuntos Culturais do Senado, conforme decisão do presidente da comissão, Laurent Lafon, que busca esclarecimentos sobre o incidente e medidas preventivas para o futuro.

Vulnerabilidades do Louvre e reação governamental

Relatórios do Tribunal de Contas da França apontam atraso na implementação de equipamentos de segurança: 75% das salas da ala Richelieu e 60% da ala Sully não possuem câmeras. Além disso, o museu perdeu 200 agentes nos últimos 15 anos, enquanto o número de visitantes cresceu 50%. O governo francês anunciou revisão urgente dos protocolos de segurança em todos os museus, e o sindicato CGT Cultura exige reforço de pessoal e investimentos tecnológicos.

Projetos de segurança e experiências internacionais

O projeto “Louvre Nouvelle Renaissance” prevê reformas de € 700 a 800 milhões ao longo de uma década, parcialmente financiadas pelo Estado. Na Itália, o Ministério da Cultura anunciou sistemas de segurança baseados em inteligência artificial e análise de big data, com investimento superior a € 70 milhões, capazes de identificar comportamentos suspeitos e emitir alertas em tempo real, como resposta a crimes contra patrimônio cultural.

Histórico de grandes roubos em museus

O incidente reacende debates sobre vulnerabilidade de museus mundialmente. Casos históricos incluem:

  • 1911: Roubo da Mona Lisa em Paris, recuperada após dois anos.

  • 1972: Museu de Belas Artes de Montreal perdeu 18 pinturas e joias, muitas não recuperadas.

  • 1990: Museu Isabella Stewart Gardner, em Boston, teve 13 obras furtadas, ainda não recuperadas.

  • 2003: Museu de Viena perdeu “O Saleiro”, recuperado três anos depois.

  • 2010: Museu de Arte Moderna de Paris teve cinco obras furtadas sem recuperação.

  • 2019: Museu Grünes Gewölbe, na Alemanha, perdeu joias do século XVIII avaliadas em € 113 milhões, parte recuperada.

O roubo do Louvre, realizado em apenas oito minutos, evidencia falhas estruturais e operacionais, apesar de avanços tecnológicos em segurança.

*Com informações da RFI.


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