Síria forma Parlamento provisório sem voto direto após queda de Bashar al-Assad e 14 anos de guerra

Assembleia Popular terá 210 membros escolhidos por colégio eleitoral e nomeações presidenciais, em meio a críticas sobre a ausência de participação popular.
Assembleia Popular terá 210 membros escolhidos por colégio eleitoral e nomeações presidenciais, em meio a críticas sobre a ausência de participação popular.

A Síria iniciou, no final de setembro de 2025, o processo de seleção dos membros da Assembleia Popular, novo Parlamento provisório formado após a queda do regime de Bashar al-Assad. O órgão será composto por 210 parlamentares, sendo 140 escolhidos por colégios eleitorais locais e 70 nomeados pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, em meio a questionamentos sobre a legitimidade do processo e exclusão de parte da população.

Estrutura da Assembleia Popular

Segundo o governo provisório, a escolha indireta ocorre por causa da destruição institucional, do deslocamento de milhões de sírios e da falta de documentos oficiais necessários para o voto tradicional.

O novo Parlamento tem como objetivo organizar uma fase de transição política após 14 anos de guerra civil e mais de cinco décadas de ditadura. No entanto, a ausência de partidos políticos, campanhas públicas e participação popular direta gera críticas internas e externas.

Regiões excluídas da votação

A votação não ocorrerá em todas as províncias sírias. Sueida, de maioria drusa, além de áreas de Raqqa e Hassakeh, sob controle curdo, foram excluídas por alegadas “questões de segurança”.

Entretanto, analistas afirmam que a exclusão se deve à falta de controle do governo central sobre esses territórios, o que reforça divisões regionais ainda presentes no país.

Reações e críticas da oposição

A Administração Autônoma Curda (AANES) rejeitou o modelo, argumentando que ele “não representa a vontade do povo sírio” e que a justificativa de insegurança mascara a exclusão política de mais de cinco milhões de cidadãos.

Organizações de direitos humanos também questionam a ausência de mecanismos que permitam representação democrática e alertam que a nova configuração pode aprofundar a fragmentação do país em vez de unificá-lo.

*Com informações da RFI.


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