Zambiapunga celebra tradição afro-brasileira em Nilo Peçanha durante a VI Semana de Arte e Cultura

Evento acontece de quinta (30/10/2025) a sábado (01/11/2025) e reúne cortejos, oficinas e feira de economia solidária no Baixo Sul da Bahia.
Evento acontece de quinta (30/10/2025) a sábado (01/11/2025) e reúne cortejos, oficinas e feira de economia solidária no Baixo Sul da Bahia.

Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), o Zambiapunga será celebrado em Nilo Peçanha, no Baixo Sul da Bahia, durante a VI Semana de Arte e Cultura Zambiapunga, que ocorre de quinta-feira (30/10/2025) a sábado (01/11/2025). A manifestação destaca a preservação das tradições afro-brasileiras e a valorização da identidade cultural local.

Programação e atividades culturais

A programação inclui apresentações artísticas, cortejos, oficinas, exposições e uma Feira de Economia Solidária, reunindo moradores e visitantes. A abertura contará com roda de capoeira e show de Magno Netto e convidados. Nos dias seguintes, o público acompanhará o Zambiapunga Mirim, uma feijoada comunitária, rodas de música e o tradicional cortejo da madrugada do Dia de Finados, momento de forte simbolismo e devoção popular.

Símbolo de resistência e fé

Originário das tradições bantas do Congo e de Angola, o Zambiapunga combina elementos sagrados e profanos, sendo considerado um ritual de resistência e espiritualidade. Na madrugada de sábado (01/11/2025), grupos mascarados percorrem as ruas ao som de enxadas, caixas, cuícas e búzios, evocando uma atmosfera de purificação e celebração da ancestralidade.

O termo “Zambiapunga” vem da expressão banto “Nzambi ampunga”, que significa “Deus Todo-Poderoso”, simbolizando a ligação entre o humano e o divino na tradição afro-brasileira.

A arte das máscaras e o simbolismo das cores

As máscaras, feitas artesanalmente com lama e papel, são peças centrais do cortejo. Após secagem e pintura, tornam-se elementos de forte expressão simbólica em um processo conhecido como “confecção do medo”, no qual o temor é transformado em arte.

Entre os personagens, destacam-se o Diabo, representado na cor vermelha, e a Morte, em preto, simbolizando a dualidade entre vida e morte. As cores dos trajes também têm significados: amarelo para alegria, vermelho para vitalidade, verde para equilíbrio e roxo para espiritualidade, reforçando o caráter ritualístico e comunitário da manifestação.

Patrimônio vivo e transmissão cultural

Desde 2018, o Zambiapunga está inscrito no Livro do Registro Especial das Expressões Lúdicas e Artísticas do IPAC, consolidando-se como um dos símbolos da identidade cultural do Baixo Sul. O reconhecimento destaca o valor histórico e social da manifestação e a importância da preservação dos saberes tradicionais.

Entre as ações de continuidade, está o projeto “Zambiapunga Mirim – Cantos, Encontros, Mistérios e Resistência de Taperoá”, apoiado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB-BA), com investimento de R$ 50 mil. A iniciativa promove oficinas para crianças e adolescentes, estimulando a transmissão dos saberes ancestrais e o fortalecimento da memória cultural.

A VI Semana de Arte e Cultura Zambiapunga é organizada pelo Grupo Folclórico Cultural Zambiapunga, em parceria com a Prefeitura de Nilo Peçanha, por meio da Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, e conta com apoio do Governo do Estado da Bahia, IPAC e Centros Públicos de Economia Solidária (Cesol).


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