A Brasil Ride Bahia 2025 encerrou sua 15ª edição no sábado (25/10/2025), consolidando-se como uma das principais ultramaratonas de mountain bike (MTB) do mundo. O evento, realizado entre Porto Seguro e Arraial d’Ajuda, reuniu atletas de diversos países e movimentou a economia local, com impacto superior a R$ 15,4 milhões apenas nos setores de hospedagem, alimentação, lazer e compras.
Impacto econômico e participação internacional
Segundo a organização da Brasil Ride, o evento é o segundo maior impulsionador da economia de Porto Seguro, ficando atrás apenas das festividades de Réveillon. A estrutura envolveu dois grandes espaços — a Arena e a Vila Brasil Ride — e atraiu um público formado por atletas, familiares e equipes de apoio, com média de três pessoas por participante.
A edição 2025 contou com a participação de representantes de 20 países, 27 estados brasileiros e 308 municípios. A média etária dos competidores foi de 42 anos, sendo 85% homens. Além do impacto direto, a ultramaratona também gerou renda indireta por meio de atividades como mototáxis, freelancers de alimentação e serviços diversos.
Sustentabilidade e política de carbono zero
De acordo com o fundador da prova, Mario Roma, a Brasil Ride tem fortalecido o turismo esportivo e se destacado como vetor de desenvolvimento econômico, social e ambiental. Desde 2024, a organização adota uma política de carbono zero, com medidas de compensação das emissões durante os eventos. Roma destacou que o MTB tem potencial para impulsionar o turismo de natureza e as atividades ao ar livre, ampliando o alcance socioeconômico da competição.
Acessibilidade e inclusão nas trilhas
A inclusão social é outro eixo fundamental da Brasil Ride. Pessoas com deficiência (PCDs) têm isenção na taxa de inscrição e participam ativamente das provas. A ciclista Gilce Côrtes, deficiente visual e auditiva em razão da Síndrome de Usher, competiu na Maratona dos Descobrimentos com sua bike tandem, acompanhada pelo instrutor Felipe. Juntos, completaram o percurso de 72 km em Arraial d’Ajuda.
Integrante da Seleção Brasileira de Paraciclismo, Gilce destacou a acessibilidade e o acolhimento do evento. Após competir no Mundial de Pista, ela anunciou o desejo de participar da Brasil Ride Bonito 2026, ressaltando o papel da ultramaratona como fomento ao esporte paralímpico e modelo de inclusão.
Profissionais com deficiência integram equipe de apoio
A inclusão também se estende aos bastidores. O massoterapeuta Reinaldo Rodrigues, deficiente visual, integra a equipe da Fisionoesporte, prestadora de serviços durante o evento. Com experiência desde 2011, ele relatou que a atuação na Brasil Ride foi uma oportunidade de ampliar sua prática profissional, atendendo atletas e participando diretamente do ambiente esportivo.
Histórias de superação e parcerias formadas nas trilhas
Além do impacto econômico e social, a Brasil Ride é palco de histórias marcantes de superação. O atleta Victor Ismael de Jesus, de Luziânia (GO), participa desde 2017 e destacou o apoio recebido de outros competidores para continuar nas provas. Em sua primeira edição, organizou uma rifa para custear despesas e conseguiu ficar entre as 10 melhores duplas da categoria Master. O atleta afirma que o evento representa a realização de um sonho e reforça o espírito de solidariedade e cooperação entre os ciclistas.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




