Calor extremo e fumaça de incêndios já matam centenas de milhares; Relatório alerta para riscos climáticos e saúde global

Estudo divulgado por cientistas indica que mudanças climáticas elevam mortes por calor e incêndios; Brasil e América Latina estão entre regiões mais afetadas.
Estudo divulgado por cientistas indica que mudanças climáticas elevam mortes por calor e incêndios; Brasil e América Latina estão entre regiões mais afetadas.

Na quinta-feira (30/10/2025), cientistas de mais de 100 países alertaram que aproximadamente 546 mil pessoas morrem anualmente em decorrência do calor, enquanto outras 154 mil mortes foram causadas pela fumaça de incêndios florestais somente em 2024. O dado consta do relatório Contagem regressiva em saúde e mudanças climáticas, publicado na revista The Lancet, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na Inglaterra.

Impactos globais das mudanças climáticas

O documento evidencia que 2024 foi o ano mais quente da história, com 12 de 20 indicadores de risco à saúde atingindo níveis inéditos. Entre 2020 e 2024, a exposição média global a ondas de calor ocorreu em 19 dias por ano, sendo que 16 deles não teriam ocorrido sem o aquecimento global.

Os cientistas alertam que a saúde e a vida de 8 bilhões de pessoas estão em risco, reforçando a necessidade de redução das emissões de gases do efeito estufa e adoção de medidas de adaptação para minimizar impactos sobre a população.

Cenário no Brasil e na América Latina

No Brasil, entre 2020 e 2024, ocorreram 7,7 mil mortes anuais relacionadas à fumaça de incêndios florestais. Entre 2012 e 2021, estima-se 3,6 mil mortes anuais vinculadas ao calor. A população brasileira esteve exposta a 15,6 dias de ondas de calor por ano, sendo que 94% não teriam acontecido sem mudanças climáticas.

A publicação aponta ainda que 72% das terras experimentaram pelo menos um mês de seca extrema por ano entre 2020 e 2024, quase dez vezes mais do que nas décadas de 1950 e 1960. Na América Latina, a temperatura média subiu constantemente desde os anos 2000, atingindo 24,3°C em 2024, resultando em 13 mil mortes anuais relacionadas ao calor na região.

Necessidade de adaptação e mitigação

O relatório ressalta que a adaptação não é opcional, sendo necessária para reduzir riscos climáticos, aumentar a resiliência e enfrentar desigualdades socioeconômicas. A publicação aponta o Brasil como potencial líder em ações de adaptação e mitigação climática, especialmente com a COP30 em Belém, a partir de 10 de novembro de 2025.

Os cientistas defendem que transformar os sistemas de energia e reduzir a dependência de combustíveis fósseis é essencial para proteger a saúde pública e promover desenvolvimento sustentável.

*Com informações da Agência Brasil.


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