A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira (12/11/2025), por 222 votos a 209, o projeto de lei que encerra o shutdown mais longo da história do país, com duração de 43 dias. O texto, apoiado pelo Senado e sancionado horas depois pelo presidente Donald Trump, restabelece o funcionamento do governo federal, embora os efeitos da paralisação ainda sejam sentidos em diferentes setores.
Acordo temporário e novos prazos
A sanção do presidente, feita no Salão Oval diante de aliados republicanos, marcou o fim oficial da paralisação. Trump afirmou que o governo “volta a operar normalmente” e declarou que “nunca cederá a extorsões”, em referência à disputa orçamentária com a oposição democrata.
O projeto de lei aprovado estabelece financiamento temporário até (30/01/2026), o que pode gerar novo impasse político no início do próximo ano. Algumas áreas, no entanto, foram protegidas de futuras paralisações, incluindo o Departamento de Agricultura, as construções militares e o Legislativo, que permanecem financiados até o fim do ano fiscal de 2026.
Dispositivos adicionais do texto
Além das medidas orçamentárias, o texto inclui duas disposições complementares: permite que senadores processem o governo caso investigações coletem registros sem autorização, e proíbe a venda de produtos de THC derivados do cânhamo a partir de (01/01/2026).
Durante a votação, Trump agradeceu aos oito democratas do Senado que apoiaram o acordo, afirmando que “fizeram a coisa certa ao votar pelo fim dessa loucura”. O presidente também defendeu o fim da obstrução parlamentar (filibuster) no Senado, dizendo que a medida “traria eficiência às deliberações legislativas”.
Impactos na aviação e no transporte
Apesar da reabertura do governo, o sistema de aviação dos Estados Unidos ainda sofre atrasos e cancelamentos. Nesta quinta-feira (13/11/2025), mais de 900 voos foram cancelados, e analistas preveem que a normalização completa levará dias, especialmente antes do feriado de Ação de Graças, um dos períodos de maior movimento do país.
A Airlines for America, entidade que representa companhias como Delta, Southwest, UPS e FedEx, afirmou que “ter um governo plenamente funcional é vital para garantir a segurança e confiabilidade do espaço aéreo”. Já a American Airlines destacou que a retomada trará “a previsibilidade que o público precisa”, enquanto a Delta agradeceu aos funcionários federais que trabalharam sem remuneração durante a paralisação.
Setor de viagens e recuperação gradual
A US Travel Association declarou que a resolução “restaura estabilidade”, mas defendeu novos investimentos em infraestrutura, tecnologia e pessoal para evitar futuras crises. As empresas do setor alertam que o ritmo de recuperação depende do restabelecimento dos serviços federais responsáveis por segurança, fiscalização e controle aéreo.
Programas sociais e efeitos regionais
A retomada dos programas sociais afetados pelo shutdown, como o SNAP (auxílio alimentar para famílias de baixa renda), deverá ocorrer de forma desigual entre os estados, uma vez que os repasses de recursos federais foram interrompidos durante o período de paralisação.
Analistas apontam que, embora a aprovação do projeto traga alívio imediato, o acordo apenas adiou as tensões entre democratas e republicanos sobre o financiamento do programa de saúde Affordable Care Act (Obamacare), um dos pontos centrais de disputa entre os partidos.
*Com informações da RFI.
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