O Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África seguiu com programação no Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, em Salvador, na quinta-feira (06/11/2025). O público acompanhou o show conjunto de Senny Camara, cantora e harpista senegalesa radicada na França, e Márcia Short, uma das principais vozes da música baiana. A apresentação simbolizou o diálogo entre África e Bahia, destacando a ancestralidade e o intercâmbio cultural entre os continentes.
Diálogo entre culturas no palco do Pelourinho
A abertura do festival, realizada na quarta-feira (05/11/2025), contou com a presença do presidente francês Emmanuel Macron e apresentou Salvador como um ponto de convergência entre Brasil, França e o continente africano. No segundo dia, o evento teve enfoque nas conexões musicais entre artistas negras que representam identidades e tradições distintas, mas interligadas.
Márcia Short, integrante da Banda Mel, iniciou o espetáculo com repertório que transitou entre samba-reggae e MPB, reafirmando a importância da produção musical afro-baiana. Em discurso durante a apresentação, destacou o caráter simbólico do evento:
“Participar do Festival Nosso Futuro tem um significado especial para mim. Estar nesse encontro entre Brasil, França e África é reafirmar a força da nossa ancestralidade e o papel fundamental da música baiana nesse elo cultural”, afirmou a artista.
A presença senegalesa e o elo ancestral
A senegalesa Senny Camara encerrou a noite acompanhada de sua kora, harpa tradicional da África Ocidental, criando um ambiente de integração sonora entre ritmos africanos e baianos. Durante o espetáculo, a artista expressou a emoção de se apresentar em Salvador:
“Vir à Bahia é um sonho que acaba de se realizar. Sempre sonhei em vir ao Brasil, especialmente a Salvador da Bahia. Senti uma conexão profunda com a cidade e é uma honra compartilhar minha cultura com este público”, declarou.
O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, ressaltou a relevância do encontro:
“Com esse show, promovemos um intercâmbio artístico de duas mulheres negras. É um diálogo que mostra a força da cultura que une a Bahia com o mundo”, afirmou.
Festival Nosso Futuro: intercâmbio artístico entre três continentes
O Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África integra a Temporada França–Brasil 2025, iniciativa de circulação cultural entre os dois países e o continente africano. O evento conta com exposições, filmes e shows que evidenciam a diversidade cultural africana e afro-brasileira.
O Fórum Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África – Nossos Lugares em Partilha reúne 300 jovens e representantes da África, Europa e Brasil para debater temas como justiça territorial, inclusão social, igualdade de gênero e culturas afrodescendentes.
A realização do festival envolve uma ampla rede de instituições, entre elas o Institut français, a Embaixada da França no Brasil, o Ministério da Cultura, a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Governo da Bahia, a Prefeitura de Salvador, a CUFA Brasil e França, e organizações culturais da França e do Brasil.
Programação e ações da SecultBA
A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) participa da programação, que ocorre entre 5 e 8 de novembro, por meio de quatro mostras internacionais organizadas nos museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC):
-
“O Avesso do Tempo”, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA);
-
“Fatumbi – o mensageiro”, de Pierre Verger e Emo de Medeiros, no Museu de Arte da Bahia (MAB);
-
“Coleção_FRAC no MAC_Bahia” e “Ecos através do Atlântico”, de Olufèmi Hinson Yovo, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_Bahia).
As exposições reforçam os diálogos históricos e contemporâneos entre Bahia, França e África, ampliando a presença da arte afro-diaspórica em espaços internacionais.
Cinema africano em destaque
A Sala de Cinema Walter da Silveira e o Cinema Saladearte da UFBA exibem 24 filmes e duas mesas de debate com especialistas convidados, entre os dias 6 e 9 de novembro. A mostra é baseada no catálogo da Cinémathèque Afrique, acervo de referência do cinema africano, e reúne produções de 12 países.
Sob o tema “Memórias e Histórias para o Futuro”, o ciclo propõe uma reflexão sobre ancestralidade, urbanidade e reconstrução de narrativas. É a primeira vez que o acervo é exibido fora do continente africano.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




