A negociação entre Brasil e Estados Unidos para reverter o tarifaço de 50% imposto a produtos brasileiros avançou na quinta-feira (13/11/2025), após reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio, em Washington. Enquanto o Brasil aguarda um retorno americano sobre o “mapa do caminho” para resolver as pendências comerciais, a Casa Branca anunciou novas reduções tarifárias para países concorrentes, ampliando o impacto econômico sobre exportações brasileiras.
Conversas avançam e acordo provisório pode sair em semanas
Segundo Mauro Vieira, Rubio demonstrou interesse em acelerar as tratativas e indicou que um acordo provisório pode ser fechado em poucas semanas, enquanto negociações definitivas levariam até três meses. O chanceler afirmou que a proposta brasileira já está sob análise e que Washington deve enviar resposta ainda esta semana ou no início da próxima.
Sinalizações políticas e impacto da reunião presidencial
Rubio mencionou comentários do presidente Donald Trump, que aprovou seu encontro recente com o presidente Lula, na Malásia, e manifestou disposição para avançar nas soluções comerciais. O objetivo das partes é concluir ainda neste mês um documento que estabeleça o roteiro formal das negociações finais sobre o tarifaço.
Casa Branca reduz tarifas de rivais diretos do Brasil
No mesmo dia do encontro bilateral, a Casa Branca anunciou novos acordos com Argentina, Guatemala, El Salvador e Equador, reduzindo tarifas para produtos que competem com itens exportados pelo Brasil. As tarifas americanas serão de 15% para o Equador e de 10% para os demais países, com isenção total para bens não produzidos nos EUA.
Medidas focadas em reduzir custo de vida e preços de alimentos
Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o objetivo é tornar mais baratos produtos essenciais em meio ao aumento dos preços dos alimentos. Entre os itens beneficiados estão café, banana e outras frutas, que têm pressionado o índice inflacionário. Os EUA importaram 1,6 milhão de toneladas de café em (2024), sendo 8,1 milhões de sacas provenientes do Brasil — principal fornecedor do mercado americano.
Efeitos diretos sobre carne e café brasileiros
Os acordos também incluem acesso preferencial para a carne argentina, o que afeta o Brasil, que exportou 147 mil toneladas de carne bovina para os EUA entre janeiro e setembro de (2024), segundo a SECEX. No caso do café, o impacto é mais sensível: trata-se do principal produto agrícola brasileiro enviado aos Estados Unidos, que são o maior comprador global.
Estratégia comercial dos EUA e pressão política interna
Ao sancionar a lei que encerrou o shutdown na quarta-feira (12/11/2025), Trump reforçou a prioridade em combater o custo de vida. A redução de tarifas tem sido apresentada como ferramenta para aliviar pressões inflacionárias. O porta-voz Kush Desai afirmou que o governo está comprometido com uma estratégia “ágil e multifacetada” em comércio.
*Com informações da RFI.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




