O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (04/11/2025) que o Estado deve combater o crime sem recorrer à violência desnecessária, defendendo uma atuação pautada pela mediação e legalidade. A declaração ocorreu durante o anúncio de novos investimentos estaduais em segurança pública, em referência à recente Operação Contenção, no Rio de Janeiro, e à Operação Freedom, realizada no mesmo dia em Salvador.
Estado e segurança pública: combate sem excessos
Durante o pronunciamento, Rodrigues destacou que o papel do Estado é mediar e não executar, reforçando a necessidade de ações estratégicas contra o crime organizado. Ele comentou os resultados da Operação Contenção, realizada no Rio de Janeiro em (28/10/2025), que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais, sem a captura do principal alvo, Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como liderança do Comando Vermelho.
O governador ressaltou que, na Bahia, o foco é reduzir o crime sem abusos, citando a Operação Freedom, que prendeu 35 pessoas suspeitas de integrar o Comando Vermelho. A ação foi conduzida pela Polícia Civil da Bahia, com apoio das polícias Militar e Civil do Ceará e da Polícia Federal. Durante a operação, um homem morreu ao reagir à prisão no bairro Uruguai, em Salvador, provocando protestos e bloqueios de vias que foram contidos pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros.
Operação Freedom: desarticulação de núcleo financeiro e prisões estratégicas
Entre os presos na operação estão um casal suspeito de liderar as ações do Comando Vermelho na Bahia. O homem, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), era responsável pela coordenação do tráfico de drogas na capital e na região metropolitana, enquanto a companheira administrava as finanças da facção. Ambos foram detidos em Eusébio (CE).
A Operação Freedom faz parte de uma investigação iniciada em 2022, que identificou os suspeitos como envolvidos em ao menos 30 homicídios em Salvador e na expansão do Comando Vermelho em outros municípios baianos. O delegado-geral da Polícia Civil, André Viana, informou que foram bloqueadas 51 contas bancárias, somando R$ 1 milhão, com o objetivo de asfixiar financeiramente a organização criminosa.
Estratégia e inteligência como diretrizes de atuação
O secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, afirmou que a operação exemplifica o uso de inteligência policial como ferramenta prioritária, sem recorrer ao confronto direto. A ação, segundo ele, representa uma nova doutrina de segurança pública, que une eficiência investigativa e preservação da vida.
Rodrigues reafirmou que o governo estadual não dará trégua ao crime organizado, mas que a ordem é capturar e entregar os investigados à Justiça, com total respeito à lei.
“A mão forte do Estado precisa acontecer, mas com controle e responsabilidade”, afirmou o governador.
Dados de letalidade policial e contexto nacional
Segundo o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), a Bahia registrou 1.557 mortes por intervenção policial em 2024, o maior número do país. Na sequência, aparecem São Paulo (814), Rio de Janeiro (699), Pará (593) e Goiás (387). Apesar dos números elevados, o levantamento indica queda nacional de 4,2% nas mortes por intervenção em relação a 2023, mantendo tendência de redução desde 2021.
*Com informações da Agência Brasil.
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