Governo Lula rejeita equiparar facções ao terrorismo e STF autoriza investigação da PF sobre crime organizado no Rio de Janeiro

Ministra das Relações Institucionais defende alternativas já enviadas pelo Executivo e critica falta de avanço da PEC da Segurança Pública.
Ministra das Relações Institucionais defende alternativas já enviadas pelo Executivo e critica falta de avanço da PEC da Segurança Pública.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira (05/11/2025) que o governo federal é contrário ao Projeto de Lei 1.283/2025, que equipara facções criminosas ao terrorismo. Segundo a ministra, a proposta pode abrir margem para intervenções estrangeiras no país, o que, segundo ela, fere o princípio de soberania nacional.

Governo reforça oposição à proposta em tramitação na Câmara

“O terrorismo tem objetivo político e ideológico e, pela legislação internacional, dá guarida para que outros países possam fazer intervenção no nosso país. Nós não concordamos com isso”, declarou Gleisi Hoffmann em entrevista.

O PL 1.283/2025, de autoria do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A proposta prevê que facções e organizações criminosas sejam enquadradas nos mesmos termos da Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260/2016), ampliando penas e mecanismos de repressão.

Executivo aposta em projetos próprios contra o crime organizado

A ministra destacou que o governo já enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Antifacção, com regras mais rígidas para o combate a organizações criminosas, incluindo o agravamento das penas para lideranças e integrantes. O texto foi protocolado em regime de urgência na semana anterior.

Além disso, Gleisi cobrou o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, encaminhada em abril (2025). A PEC busca desburocratizar ações policiais e ampliar a integração entre estados e governo federal no combate ao crime organizado.

“A Câmara não deu encaminhamento. Está na comissão especial e espero que o relator realmente finalize o relatório para que a gente aprove o mais breve possível”, disse Gleisi Hoffmann.

STF anuncia investigação federal sobre o crime organizado no Rio de Janeiro

No mesmo dia, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informou que a Polícia Federal abrirá inquérito para investigar esquemas de lavagem de dinheiro e infiltração de criminosos no poder público no Rio de Janeiro.

A decisão ocorre após a Operação Contenção, que resultou em mais de 120 mortes na capital fluminense. O ministro afirmou que o Supremo acompanhará a apuração das mortes e destacou a falta de autonomia da política técnico-científica do estado, que, segundo ele, está subordinada à Polícia Civil, o que pode comprometer a imparcialidade das investigações.

Contexto da ADPF das Favelas

Alexandre de Moraes é o relator temporário da ADPF das Favelas, ação em que o STF determinou medidas para reduzir a letalidade policial no Rio de Janeiro. O ministro assumiu o caso de forma interina após a aposentadoria do ex-ministro Luís Roberto Barroso, que era o relator original da ação.

*Com informações da Agência Brasil.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.