A manhã desta quinta-feira (20/11/2025) marcou o início da programação do Dia da Consciência Negra em Feira de Santana, com a Marcha Zumbi dos Palmares, que reuniu coletivos culturais, movimentos sociais, grupos religiosos e cidadãos mobilizados pela defesa da igualdade racial e pelo enfrentamento ao racismo. A caminhada partiu da Avenida Getúlio Vargas em direção ao Espaço Marcus Moraes, onde atividades culturais e debates seguem ao longo do dia.
Durante o percurso, os participantes acompanharam um momento de reflexão conduzido por Gilsan Santana, professor, cantor e ativista, que contextualizou o significado histórico e político da data. Ele destacou a importância da mobilização coletiva para o reconhecimento da contribuição da população afro-brasileira.
A marcha seguiu para o espaço cultural, onde Gilsan se uniu à Mestra Hely Pedreira para ampliar o diálogo sobre identidade, resistência e direitos no contexto das pautas antirracistas.
Caminhada das Iabás mobiliza coletivos e destaca ancestralidade feminina
Entre os grupos presentes, o Coletivo de Mulheres de Feira de Santana organizou a primeira edição da Caminhada das Iabás, em referência às divindades femininas das religiões de matriz africana. A iniciativa buscou valorizar a ancestralidade e reforçar a luta por respeito às identidades culturais e religiosas.
Segundo Jussiara Alves dos Santos, da organização do ato, a presença das mulheres negras representa afirmação identitária e reivindicação de igualdade. Ela ressaltou que o objetivo da caminhada é desmistificar estigmas e promover o reconhecimento das tradições afro-brasileiras.
O evento contou ainda com a participação de estudantes e artistas, entre eles o cantor e compositor Arlésio Matos, da banda Pretos de Preta, que ressaltou a importância de fortalecer a cultura afro-brasileira durante a celebração do Dia da Consciência Negra.
Programação segue com apresentações culturais no Marcus Moraes
Após as falas de abertura, iniciaram-se as apresentações culturais que dão continuidade à programação oficial do Dia da Consciência Negra. A agenda inclui capoeira, samba de roda, rodas de conversa e shows musicais, ocupando o Espaço Marcus Moraes ao longo de todo o dia.
Paralelamente à marcha, o povo do axé realizou a xirê, uma roda ritualística com músicas e danças em homenagem aos orixás, conduzida por sacerdotes e sacerdotisas. As canções em língua iorubá e as oferendas colocadas ao centro destacaram elementos tradicionais das religiões de matriz africana.
Ritual da xirê antecedeu a Irikirin das Iabás
A cerimônia antecedeu a Irikirin das Iabás, expressão iorubá que significa Caminhada das Mães Rainhas, referência às orixás femininas como Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã, Obá e Ewá. A atividade foi organizada pelo Coletivo Mulheres de Terreira de Feira de Santana e realizada pela primeira vez no município.
Segundo Juciam Alves, presidente do coletivo, a caminhada simboliza afirmação da mulher negra e a representatividade feminina nos cultos afro-brasileiros. O ato também buscou promover conhecimento e combater desinformações sobre as tradições religiosas.
O presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Aristides Maltez, destacou que a data reforça a necessidade de reflexão sobre trajetória, condições atuais e perspectivas da população negra. A celebração ocorreu com apoio da Prefeitura de Feira de Santana.
Deslocamento ritual encerrou atividades da manhã
Após o xirê e os rituais iniciais, os participantes seguiram pela Avenida Getúlio Vargas ao som de cânticos, atabaques e instrumentos tradicionais, com seus trajes característicos. A atividade integrou a agenda municipal dedicada ao reconhecimento da cultura afro-brasileira e à promoção da igualdade racial.
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