O Papa Leão XIV pediu, nesta segunda-feira (17/11/2025), que comunidades religiosas reforcem mecanismos de prevenção de abusos, ampliem ações de responsabilização e intensifiquem a criação de ambientes seguros dentro da Igreja. A declaração foi direcionada aos participantes do encontro “Construir comunidades que protegem a dignidade”, promovido pela Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores.
O Pontífice destacou a necessidade de compartilhar experiências e fortalecer práticas institucionais que garantam proteção integral, especialmente de menores e pessoas vulneráveis. Segundo ele, comunidades que adotam escuta ativa e diálogo constante constroem espaços de confiança e valorização de cada indivíduo.
O workshop reúne representantes de conferências de religiosos e religiosas, institutos de vida consagrada e organizações apostólicas e contemplativas, com o objetivo de ampliar diretrizes de segurança e consolidar iniciativas globais de prevenção.
Participação internacional e metas institucionais
O evento conta com participantes de vinte países e com a presença do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. A Comissão informou que este encontro inaugura um processo de escuta contínua e acompanhamento técnico junto às comunidades religiosas.
O ciclo de escutas resultará no terceiro Relatório Anual da Pontifícia Comissão, documento que abordará temas relacionados a abusos de poder, abuso de consciência e abusos sexuais cometidos em contextos religiosos. O relatório terá foco específico nas práticas de proteção internas e nos desafios estruturais enfrentados por congregações.
Em sua mensagem, o Papa incentivou a continuidade desse processo, afirmando que o fortalecimento da tutela exige compromisso permanente e cooperação entre todas as instâncias eclesiais.
Cultura de tutela e proteção integral
Durante o encontro, Leão XIV enfatizou que a criação de ambientes seguros não deve se limitar à aplicação de protocolos, mas integrar valores essenciais da vida comunitária. Ele afirmou que a dignidade humana é fundamento central das ações de cuidado e que deve orientar decisões institucionais.
O Pontífice ressaltou que o valor da vida permanece íntegro mesmo quando marcado pelo sofrimento e que proteger menores e vulneráveis é responsabilidade permanente da Igreja. O tema principal do encontro, afirmou o Papa, exige vigilância constante e formação continuada.
Ele também reforçou que a prevenção deve estar alinhada à promoção de espaços onde todas as pessoas sejam respeitadas e ouvidas, especialmente aquelas em situação de maior fragilidade.
Papel da vida consagrada e chamada à responsabilidade
Na mensagem enviada aos participantes, Leão XIV destacou o papel da vida consagrada na estrutura eclesial, afirmando que comunidades religiosas devem ser “casa que acolhe e lugar de encontro”. Para o Pontífice, os votos religiosos ensinam limites, reconhecimento mútuo e responsabilidade, elementos essenciais para práticas de proteção.
O Papa pediu às congregações que avancem no trabalho de transparência, prevenção e prestação de contas, afirmando que a partilha de avanços e dificuldades é indispensável. Ele ressaltou que comunidades que vivem justiça com responsabilidade constroem bases mais sólidas para processos restaurativos.
Ao final, Leão XIV incentivou que os grupos presentes mantenham cooperação direta com a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que conduz ações estruturais para consolidar a cultura de tutela em toda a Igreja.
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