Parlamentares de Feira de Santana contestam prisão de ex-presidente Jair Bolsonaro e imprensa europeia repercute início do cumprimento da pena

Vereadores de Feira de Santana questionam fundamentos jurídicos enquanto veículos europeus tratam da execução da pena do ex-presidente.
Vereadores de Feira de Santana questionam fundamentos jurídicos enquanto veículos europeus tratam da execução da pena do ex-presidente.

A sessão ordinária desta terça-feira (25/11/2025) na Câmara Municipal de Feira de Santana reuniu manifestações de vereadores que criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares defenderam maior transparência sobre as fundamentações jurídicas adotadas na medida e reforçaram preocupações relacionadas à condução do processo.

O debate foi iniciado pelo vereador Edvaldo Lima (União Brasil), que mencionou a transferência do ex-presidente para a sede da Polícia Federal após uma mobilização convocada pelo senador Flávio Bolsonaro. Segundo ele, o episódio gerou apreensão entre apoiadores e levantou questionamentos sobre possíveis interpretações de atos religiosos como motivação para medidas judiciais. Em sua fala, o parlamentar afirmou que o caso acende alerta sobre liberdades individuais.

O líder do PL em Feira de Santana, vereador Ismael Bastos, destacou que a decisão do STF aparenta desproporcionalidade e necessita de explicações detalhadas sobre sua justificativa jurídica. De acordo com o parlamentar, o processo apresenta fragilidades relacionadas às etapas de defesa e ao trâmite em instâncias inferiores. Ele também demonstrou preocupação com o estado de saúde do ex-presidente e com as condições para acompanhamento médico.

O vereador Lulinha da Gente (União Brasil) afirmou que a decisão surpreendeu parte da sociedade e reforçou a necessidade de divulgação clara dos critérios jurídicos aplicados. Segundo ele, a insuficiência de informações amplia dúvidas e estimula debate público sobre o tema. Encerrando a discussão, Ismael Bastos reiterou sua discordância em relação ao entendimento do STF, argumentando que não há acusações de corrupção ou desvio de recursos envolvendo a gestão de Bolsonaro e comparando o caso a processos anteriores julgados no país.

Repercussão internacional

Na quarta-feira (26/11/2025), veículos de imprensa europeus repercutiram o início do cumprimento das penas relacionadas à trama golpista atribuída ao ex-presidente e a seis aliados, após trânsito em julgado. O jornal francês Le Monde destacou que Bolsonaro deve cumprir 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, mencionando que o julgamento ocorreu menos de três meses após sua condenação.

A emissora France24 relembrou que, em setembro, Bolsonaro foi condenado por liderar uma organização criminosa voltada a mantê-lo no poder após as eleições de 2022, relatando seu encarceramento em uma cela de 12 m² na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. O jornal português Público observou que a decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes e relembrou que Bolsonaro já estava detido desde o sábado (22/11/2025) por risco de fuga, após tentativa de retirar a tornozeleira eletrônica.

O britânico The Guardian ressaltou que outros aliados, incluindo generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o almirante Almir Garnier Santos, também iniciaram o cumprimento das penas. O veículo registrou reações divergentes entre grupos políticos no Brasil, mencionando manifestações de apoiadores que classificam o episódio como perseguição.

O jornal espanhol El País afirmou que o encarceramento representa um marco para setores democráticos, destacando que pressões políticas e tentativas de anistia não impediram a execução da pena após a confirmação final do STF.

Contexto político e jurídico

A repercussão nacional e internacional ocorre em meio a debates sobre segurança jurídica, liberdades individuais e o papel do STF na condução de processos relacionados aos eventos investigados. As falas dos vereadores em Feira de Santana reforçam que o tema permanece como pauta relevante no cenário político municipal e nacional, com diferentes interpretações sobre o alcance e a fundamentação das decisões judiciais.


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