UEFS concede título de Doutora Honoris Causa à Mãe Maria Pequena de Ogum

Reconhecimento destaca liderança espiritual, cultural e comunitária com mais de cinco décadas de atuação em Feira de Santana.
Reconhecimento destaca liderança espiritual, cultural e comunitária com mais de cinco décadas de atuação em Feira de Santana.

O Conselho Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) aprovou por unanimidade, na segunda-feira (03/11/2025), a concessão do título de Doutora Honoris Causa à líder espiritual Maria José Pereira de Carvalho, conhecida como Mãe Maria Pequena de Ogum. A decisão foi tomada durante reunião realizada na Sala dos Conselhos da Reitoria, conduzida pela reitora e presidente do Consu, Amali Mussi.

Durante a sessão, a reitora afirmou que o reconhecimento simboliza um marco institucional e social para a Bahia e o Brasil, ao homenagear uma mulher que há mais de cinco décadas atua na preservação de saberes ancestrais e na promoção da cidadania. O título reafirma o compromisso da universidade com a valorização da cultura afro-brasileira e da diversidade religiosa.

Comissão destaca relevância cultural e histórica da homenageada

A proposta de concessão foi apresentada pelo professor Jeanderson Santos, do curso de Licenciatura em Música da Uefs, e analisada por uma comissão composta pelos docentes Joelma Oliveira, Koji Nagahana e Marco Antonio Barzano. O parecer ressaltou a relevância histórica e cultural da trajetória de Mãe Maria Pequena de Ogum, especialmente nos campos da educação popular, da cultura e da preservação da memória afro-brasileira.

O presidente da comissão, professor Marco Antonio Barzano, destacou que o título reflete o reconhecimento institucional da importância espiritual e social da homenageada. Segundo ele, a decisão valoriza a contribuição das comunidades de matriz africana e reforça o papel da universidade na construção de uma sociedade mais plural e consciente de suas origens.

Para o proponente da honraria, professor Jeanderson Santos, a aprovação representa uma legitimação acadêmica dos saberes produzidos nos terreiros, sobretudo por mulheres negras. Ele afirmou que a trajetória de Mãe Maria Pequena de Ogum é marcada pela formação de pessoas, fortalecimento de identidades e difusão da cultura afro-brasileira.

Vida dedicada à espiritualidade e à formação comunitária

Nascida em 1940, no município de São Gonçalo dos Campos, Mãe Maria Pequena de Ogum vive em Feira de Santana, onde fundou e consolidou há mais de cinquenta anos o Terreiro de Umbanda que leva seu nome espiritual. O espaço se transformou em referência de acolhimento social e de formação cidadã, atuando também como um centro de preservação da herança cultural afro-diaspórica.

O terreiro é reconhecido pela transmissão oral de tradições, cânticos e rituais, elementos fundamentais para a manutenção da memória africana no Brasil. Sob sua liderança, o local se tornou um ambiente de educação, convivência e valorização da diversidade cultural, contribuindo para o fortalecimento das relações entre espiritualidade, cultura e cidadania.


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