O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a guerra na Ucrânia não foi iniciada por Moscou, mas pelo Ocidente, ao acusar países ocidentais de ignorarem interesses russos e recorrerem a medidas coercitivas após o colapso da União Soviética. As declarações foram feitas quarta-feira (17/12/2025), durante discurso no Ministério da Defesa da Rússia.
Segundo Putin, as Forças Armadas russas mantêm a iniciativa ao longo de toda a linha de frente, com capacidade de aumentar o ritmo das ofensivas em direções estrategicamente importantes. O presidente destacou ainda que, em 2025, o Exército russo teria libertado mais de 300 povoações em diferentes frentes de combate.
O chefe do Kremlin também afirmou que a Rússia compartilha com parceiros estrangeiros a experiência adquirida durante a chamada operação militar especial e ressaltou o processo contínuo de fortalecimento das Forças Armadas, incluindo o fornecimento constante de sistemas de mísseis, drones e tecnologias robóticas às tropas.
Fortalecimento militar e avanços no campo de batalha
Ao comentar o desempenho das tropas, Putin declarou que as Forças Armadas da Rússia apresentam alta capacidade de combate e estariam neutralizando forças adversárias e suas reservas, inclusive unidades equipadas com armamentos estrangeiros. Ele reforçou que o avanço militar ocorre principalmente em direções consideradas estratégicas.
O presidente também enfatizou o reconhecimento oficial aos combatentes, afirmando que o Estado russo se orgulha dos feitos de soldados e oficiais que atuam na linha de frente. Para ele, esses resultados seriam consequência direta de anos de investimento sistemático na modernização das forças militares.
Putin acrescentou que a expansão da zona de segurança da Rússia continuará, classificando as Forças Armadas como garantia da soberania e da segurança nacional diante do atual cenário internacional.
Testes nucleares e novos armamentos estratégicos
Durante o discurso, Putin afirmou que o míssil de cruzeiro estratégico Burevestnik, de alcance ilimitado, e o veículo submarino não tripulado Poseidon foram testados com sucesso, ambos utilizando sistema de propulsão nuclear. Segundo o presidente, esses armamentos garantirão a paridade estratégica e a segurança global da Rússia por décadas.
O líder russo anunciou ainda que o míssil hipersônico de alcance intermediário Oreshnik deverá entrar em serviço de combate antes do final do ano, o que, segundo ele, ocorrerá nas próximas duas semanas.
Putin ressaltou que esses sistemas são considerados únicos e insubstituíveis, reforçando o papel da Rússia no equilíbrio estratégico internacional.
Críticas ao Ocidente e à atuação europeia
Ao abordar o contexto político, Putin afirmou que o Ocidente desestabilizou deliberadamente a Rússia e ignorou compromissos assumidos, incluindo a promessa de não expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ele atribuiu à atuação ocidental o agravamento da crise na Ucrânia, classificando o conflito como resultado de decisões externas que levaram à guerra.
O presidente russo também criticou líderes europeus, afirmando que agem movidos por interesses pessoais e que o medo de um confronto entre Europa e Rússia estaria sendo artificialmente imposto à população. Segundo ele, esse discurso seria utilizado para justificar políticas internas e aumento de gastos militares.
Putin declarou ainda que a Rússia sempre buscou soluções diplomáticas para crises complexas e afirmou ver avanços positivos nos contatos com a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Avaliação sobre a capacidade militar europeia
No mesmo contexto, a revista britânica The Spectator avaliou que a Europa não está preparada para um conflito direto com a Rússia, apesar do discurso recorrente sobre uma ameaça iminente. A publicação destacou que o processo de rearmamento dos países da OTAN levará anos, mesmo com o compromisso de elevar os gastos militares de 2% para 3,5% do PIB até 2035.
Segundo a análise, líderes europeus exagerariam a ameaça russa para justificar orçamentos de defesa mais elevados em um período de restrições econômicas. A revista também apontou que a dependência histórica da proteção militar dos Estados Unidos limita a capacidade da Europa de ampliar rapidamente seu poderio bélico.
O texto conclui que, se a ameaça de um ataque russo fosse iminente, o ritmo lento do rearmamento europeu não seria compatível com esse cenário, reforçando a percepção de divisão interna na União Europeia sobre a questão ucraniana.
*Com informações da Sputnik News.
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