A Polícia Federal indiciou o ex-deputado Roberto Jefferson, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), por quatro tentativas de homicídio contra os agentes da PF atacados por ele com tiros de fuzil e granadas.
Os policiais federais foram até a casa do parlamentar para cumprir um mandado de prisão, no domingo (23/10/2022), expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após o atentado, ele foi preso em flagrante delito por tentativa de homicídio qualificado após uma negociação que durou cerca de 8 horas. Duas armas de Roberto Jefferson foram apreendidas, entre elas um fuzil que foi usado por ele contra policiais que cumpriam ordem do STF.
A PF lavrou o procedimento de prisão em flagrante e também vai investigar como o ex-deputado teve acesso aos equipamentos e munições. Jefferson está no presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, e vai passar por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (24) na Justiça Federal.
O presidente do PTB foi preso no domingo depois de horas de resistência, em que ele reagiu à tentativa de abordagem da PF com tiros de fuzil e granadas contra os policiais. Como mostrou a Folha de S.Paulo, foram mais de 20 disparos.
O sistema do Exército aponta que a licença CAC do ex-deputado estava suspensa e que ele não poderia ter ou transportar armas fora de Brasília.
Dois servidores da Polícia Federal que participavam da ação ficaram feridos pelos estilhaços da granada e foram levados ao hospital, sendo liberados em seguida. Ao todo, seis policiais participavam do trabalho na casa de Jefferson.
A PF ainda avalia como qualificar a reação do político, que pode responder por mais de dois crimes de tentativa de homicídio —a informação na manhã deste segunda é de que ele responderia por quatro tentativas. A pena para esse crime equivale à sua consumação, que varia de 6 a 20 anos.
“Como se vê, a conduta de Roberto Jefferson, ao atirar nos agentes policiais, configura, em tese, duplo crime de homicídio, na forma tentada, encontrando-se o agente em estado de flagrância, nos termos do art. 302 do Código de Processo Penal”, afirmou Moraes em trecho da decisão que autorizou a prisão em flagrante.
O inquérito será conduzido na superintendência da PF no Rio Janeiro.
Em conversa com policiais dentro de sua casa, o ex-deputado disse que não atirou para atingir os agentes federais que participavam da ação. Vídeo que circula nas redes exibe Jefferson afirmando que as duas granadas jogadas eram de efeito moral e que disparou apenas contra a viatura quando não havia policiais dentro.
“Eu quero dizer uma coisa. Não atirei neles, eles sabem disso, eles sabem disso. Eu cheguei, eles estavam embaixo. Eu falei: vocês não têm como me levar, vocês não estão armados. Todo mundo sem colete, de peito nu”, disse o petebista ao policial. A versão de Jefferson é que “só” um policial atirou nele, um “magrinho”.
Em prisão domiciliar, o ex-deputado foi alvo da ação porque, segundo o ministro, descumprira medidas impostas pelo Supremo dentro de uma ação penal em que ele é réu por incitação ao crime e ataque a instituições.
Depoimento de Roberto Jefferson
O ex-deputado Roberto Jefferson, preso no domingo (23), afirmou ter feito 50 disparos de fuzil durante a operação da Polícia Federal em sua casa em Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro. Os agentes, que cumpriam um mandado de prisão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. No depoimento, ao qual a CNN teve acesso, ele diz que quem atirou primeiro foi a polícia. A versão é contestada por policiais presentes na ação. O ex-deputado afirmou ainda que “não atirou em nenhum policial federal para machucar” e que “se quisesse matava os policiais porque estava em uma posição superior e com fuzil com mira”. Jefferson diz ter jogado três granadas contra os policiais.
Ex-deputado Roberto Jefferson está no presídio de Bangu 8
O ex-deputado federal Roberto Jefferson já está no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó. Ele chegou à noite após o desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes confirmar na audiência de custódia, por videoconferência, a prisão do ex-parlamentar. O presídio é o mesmo, onde no dia 13 de agosto do ano passado, Jefferson foi levado em ação onde são investigados atos anti-democráticos no qual ele é réu.
O político passou a noite preso no Presídio de Benfica, zona norte do Rio, após ter sido detido no domingo (23) em Conselheiro Levy Gasparian, no interior do Rio. Ele resistiu a ação de policiais federais que cumpriam mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. Jefferson atacou, com tiros de fuzil e granadas, uma equipe da Polícia Federal que tentava cumprir um mandado de prisão preventiva contra ele, emitido pelo ministro no dia anterior. Dois policiais ficaram feridos. A prisão foi efetivada ainda na noite de domingo.
A prisão foi mantida durante uma audiência de custódia realizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O procedimento foi conduzido via videoconferência pelo desembargador Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Pelo ataque contra a equipe da Polícia Federal, Roberto Jefferson foi indiciado pela PF por quatro tentativas de homicídio e poderá se tornar réu em um novo processo.
Por que Roberto Jefferson foi preso?
A prisão preventiva (presencial) de Roberto Jefferson foi decretada em agosto de 2021 por sua possível participação nessa organização criminosa que visa “desestabilizar as instituições republicanas”, diz a sentença.
Em janeiro de 2022, ficou acordado que o ex-deputado seguiria em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica por motivos de saúde.
Jefferson estava proibido de usar as redes sociais (o que não cumpriu) e de dar entrevistas (o que também não cumpriu).
O ministro Alexandre de Moraes então pediu novamente a prisão do ex-deputado no domingo (23/10/2022) pelo descumprimento contínuo das medidas cautelares determinada no acordo.
*Com informações do Yahoo Notícias, por Camila Mattoso e Fábio Serapião, da Folhapress, e do UOL.
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