“Abrindo a roda: representações afro-brasileiras e a participação feminina na construção das musicalidades nacionais” é o tema do curso que será promovido pelo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, de 7 a 11 de novembro de 2022, das 14 às 18 horas. As aulas, com carga horária de 20 horas, serão ministradas pela professora Juliana Ribeiro (cantora, compositora, historiadora, arte educadora e mestre em Cultura e Sociedade pela Ufba) e acontecem no auditório do IGHB (Piedade). Um dos objetivos é compreender o lugar feminino no processo de construção das musicalidades nacionais associado ao protagonismo das representações afro-diaspóricas na formação das nossas identidades, oportunizando também ao aluno práticas sonoras através de exercícios de percepção musical.
Durante as aulas, o público irá conhecer o legado das artistas negras na história tradicional (a partir de Tia Ciata) a sua real participação na formação das musicalidades brasileiras. O lugar de ventre dentro do samba e sua repercussão na formação cultural nacional; as relações híbridas que elegeram o samba como ícone nacional no século XX. A casa das tias baianas, os sons dos corpos femininos e a criação de novas tecnologias sonoras pelas mulheres. O samba, sua constituição híbrida musicalmente e heterogênea socialmente (Hermano Vianna). A influência Banto na formação da MPB; o “pretoguês” e a criação de gêneros musicais como Vissungos, Curimas, Pontos, criando rasuras no português formal (Lélia Gonzalez). A tentativa de silenciamento das claves negras na construção do cancioneiro popular enquanto gênero musical. As divas negras nos anos 1960; o samba como primeira música de protesto social. As mulheres no samba, suas trajetórias invisibilizadas, a insubmissão das compositoras negras de Tia Ciata até a geração “tombamento”. O Samba de Roda do Recôncavo Baiano, a Chula e as permanências da cultura Banto na atualidade.
“Nessa abordagem multidisciplinar, os estudos culturais, a história e a música serão as bases teóricas para a compreensão da formação das identidades nacionais, o lugar das representações afro-diaspóricas e a invisibilização feminina na construção das musicalidades brasileiras. A escuta será tratada como elemento construtor de símbolos individuais e códigos sociais (Roland Barthes). Em sala utilizaremos a escuta participativa como ferramenta para a compreensão das relações de espaço e tempo na música, a percepção de rupturas e/ou continuidades do lugar da mulher na canção entre os séculos XIX, XX, XXI e seus reflexos sociais na contemporaneidade. Práticas de percepção musical, execução das claves brasileiras e exercícios vocais e corporais agregam o processo multidisciplinar de aprendizagem deste curso”, explica Ribeiro.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




