Qual o lugar do duelo com o Brasil na história do futebol camaronês?

Camarões encara o Brasil nesta sexta-feira (02/12/2022) no Estádio Lusail com a esperança de avançar às oitavas de final pela primeira vez desde 1990. Passados 32 anos, a seleção camaronesa tem novamente a oportunidade de se classificar para os mata-matas da Copa do Mundo. Para isso, será preciso derrotar o Brasil e acompanhar o resultado de Sérvia x Suíça. Somente a equipe de Roger Milla conseguiu passar da fase de grupos, em 1990.
Jogadores da seleção dos Camarões que disputam a Copa do Catar.

Roger Milla e a geração camaronesa de 1990 marcaram tanto a história da Copa do Mundo FIFA que a tendência é esquecer, com o tempo, que o país não consegue passar da fase de grupos desde a famosa epopeia em solo italiano. Aliás, aquela foi a primeira e única vez que Camarões disputou as oitavas de final, e ainda saiu de campo vitorioso após a prorrogação contra a Colômbia.

Quem revisita a história do futebol camaronês, porém, evidentemente encontra momentos de glória que continuarão eternamente na memória do torcedor. Como esquecer as cinco conquistas da Copa Africana de Nações em 1984, 1988, 2000, 2002 e 2017? Sem falar naquela vitória de 2 a 1 sobre os colombianos em 1990, que fez de Camarões a primeira equipe da África a disputar as quartas de final do Mundial.

Mesmo assim, quem olha para trás dificilmente acha uma partida mais grandiosa e emocionante da que será disputada pelos companheiros de Eric Maxim Choupo-Moting nesta sexta-feira, 2 de dezembro, contra o Brasil. Existe algo mais eletrizante do que jogar pela classificação diante dos únicos pentacampeões mundiais em um estádio com quase 90 mil torcedores? “A gente acredita nesse último jogo contra o Brasil”, garantiu o técnico Rigobert Song em coletiva de imprensa.

“Não viemos à Copa do Mundo para fazer figuração ou só participar. Camarões ainda tem algo a dizer, apesar de sabermos que estaremos diante de uma grande equipe.”

Faz 20 anos que a seleção camaronesa não tem uma chance de avançar às oitavas de final. Na Copa de 2002, encarou a futura finalista Alemanha em um confronto que despertou paixões, mas sucumbiu à eficiência dos companheiros de Michael Ballack (2×0).

Quatro anos antes, na França, diante de um Chile bem menos badalado, ficou faltando um gol à equipe de Pierre Njanka no jogo decisivo por um lugar nos mata-matas. A partida terminou em frustrantes 1 a 1.

Os Leões Indomáveis estão acostumados a grandes encontros e partidas decisivas na última rodada da fase de grupos. Talvez o duelo com a Seleção Brasileira não seja o maior de todos, mas certamente ocupará um lugar privilegiado na história de Camarões, qualquer que seja o desfecho.

“Estamos motivados”, garante o meia Samuel Gouet, do belga Mechelen. “Ainda estamos na competição e sabemos que ainda podemos conseguir a nossa classificação, embora seja dificílimo contra o Brasil. Mas assim é o futebol, tudo é possível.”

Qualquer resultado que não a vitória na sexta-feira (02/12/2022) deixará Camarões de fora da segunda fase. Caso vença, o país ainda precisa que a Suíça não derrote a Sérvia para analisar o saldo de gols e definir a classificação final do Grupo G. Frente a um Brasil já classificado e aparentemente pouco prejudicado pelas contusões, a equipe de Vincent Aboubakar terá a oportunidade de reviver as belas memórias do importante duelo com a Inglaterra pelas quartas de final em 1990 – até hoje a maior partida da história do futebol camaronês.


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