Salvador: Teatro Castro Alves sedia espetáculo ‘Koanza – do Senegal ao Curuzu’

Espetáculo traz participações especiais, como o Ilê Aiyê, o coletivo Afrobapho e a coreografa Nildinha Fonseca.
Espetáculo traz participações especiais, como o Ilê Aiyê, o coletivo Afrobapho e a coreografa Nildinha Fonseca.

Já conhecida pela sua sabedoria, elegância e magnitude, a personagem Koanza, criada e interpretada pelo ator baiano Sulivã Bispo, tem tudo para se sentir em casa no histórico e consagrado palco do Teatro Castro Alves, em Salvador, onde ela se apresenta pela primeira vez neste domingo (04/12/2022), às 11 horas, pelo projeto “Domingo no TCA”. Com a marca de ter realizado três temporadas esgotadas este ano, o espetáculo “Koanza – do Senegal ao Curuzu” promete atrair um público numeroso para a plateia do TCA, interessado em ouvir a gargalhar com a influente senegalesa de saberes ancestrais, que vem fortalecendo com muita graça o discurso antirracista. Um show do bloco afro Ilê Aiyê irá encerrar a apresentação.

Sulivã Bispo adianta que será uma apresentação especialíssima, à altura da grandiosidade do palco do TCA e do momento que a personagem vem vivendo. “Depois de três temporadas esgotadas, subir no maior palco de teatro da Bahia com esse espetáculo, a preços populares, no horário matutino, é um presente, não só para mim, mas para toda a comunidade negra que comparece para prestigiar esse humor negro, que conta nossas histórias. Ainda mais sendo no dia 4 de dezembro, que é dia de Santa Bárbara, e no sincretismo religioso é Iansã, realmente é uma felicidade enorme”, comemora.

No embalo desse grande dia, Koanza recebe no palco convidados como o bloco afro Ilê Aiyê, que participa com seu corpo de baile e faz um pocket show no final do espetáculo -, o coletivo Afrobapho, que trabalha questões de gênero, sexualidade e empoderamento de mulheres negras e trans, e Nildinha Fonseca, primeira bailarina do balé folclórico da Bahia, e coreográfa do espetáculo, que vai dividir com Koanza uma das cenas de dança, garantindo um dos pontos altos da apresentação.

Koanza

Senhora riquíssima nascida no Senegal, bem-sucedida no comércio de jóias e tecidos senegaleses para a diáspora negra, makota (cargo feminino de grande valor no Candomblé), sofisticada e moradora do Corredor da Vitória, em Salvador (BA), Koanza (nome de um rio angolano e da moeda de Angola) – é uma mulher de saberes ancestrais, chique e consciente do mundo desigual em que vivemos, comprometida com um papel ativo na reafricanização das lutas antirracistas na diáspora negra, que ela refina com empenho, elegância e humor.

Com Koanza hoje presente na internet, no audiovisual, no teatro e em outros meios midiático, Sulivã revela que se pega surpreso com o que a personagem se tornou.

“Ela denuncia o racismo que sofro cotidianamente, e ela traz uma força que eu digo que eu não sei se tenho, porque sou muito sensível, e ela trata as questões de uma forma muito didática e poética, e às vezes fala umas coisas difíceis que eu não sei o que ela está falando… E aí eu fico brincando se ela seria uma entidade ou o meu alter ego, mas a realidade é que eu admiro muito Koanza, ela é uma referência, como tantas mulheres que me cercam, que me moldam e me ensinam muito”.

Para o diretor do espetáculo, o carioca Thiago Romero, que também é ator, coreógrafo e arte educador, Koanza é mais um passo que Sulivã Bispo dá no sentido de trazer à cena narrativas que pautam sua vida.

“Acredito que Koanza aprofunda minha parceria com Sulivã no sentido da construção de solos a partir de personagens que trazem como debate o racismo religioso e tantas intolerâncias. Seguimos procurando formas poéticas e de utilização do humor como ferramentas potentes para o encontro com o espectador”, comenta ele.


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